TAREFAS EM CASA

Sebrae revela que o total de mulheres empreendedoras reduziu na pandemia

Por Marcelo - Em 08/03/2021 às 10:39 AM

Uma pesquisa do Sebrae Nacional revelou que a pandemia de Covid-19 reduziu a proporção de mulheres no empreendedorismo. De acordo com o levantamento, no terceiro trimestre de 2020 havia cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil. Desse universo, aproximadamente 8,6 milhões eram mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%). Uma notícia não muito boa para esta segunda-feira (8), Dia Internacional da Mulher.

Mulheres estão empreendendo menos durante a pandemia de Covid-19          Foto: Divulgação

Em 2019, a presença feminina correspondia a 34,5% desse total, o que representou perda de 1,3 milhão de mulheres à frente de um negócio entre um ano e outro. A principal explicação para esse resultado foi a necessidade de as mulheres se dedicarem mais às tarefas domésticas durante a pandemia, um reflexo do machismo estrutural na sociedade.

“Na crise, cuidados com idosos e crianças foram muito mais necessários. Primeiro, porque as crianças estavam fora das escolas e, segundo, os idosos estavam demandando mais cuidados por serem grupo de risco para a Covid. Por motivos culturais, essas tarefas sempre recaem muito mais sobre a mulher. O que era precário ficou muito pior”, disse Renata Malheiros, coordenadora do Projeto Sebrae Delas, que fortalece o empreendedorismo feminino.

Em pesquisa anterior, o Sebrae já havia observado uma perda maior para as mulheres nos negócios do que para os homens. Do total de empreendedoras atingidas pela pandemia, 75% delas registraram perda de faturamento mensal, enquanto que, para os homens, essa perda foi um pouco menor (71%).

“O tempo que as mulheres dedicam às empresas é, em média, 17% menor do que os homens”, afirmou Renta. Outro dado que aponta a desigualdade de gênero no ambiente de negócios é que, apesar de as mulheres serem 16% mais escolarizadas do que os homens, segundo dados do IBGE, as empresas lideradas por elas faturam, em média, menos do que as lideradas por homens. Uma das razões disso é que as mulheres costumam empreender em setores como alimentos, bebidas, moda e beleza, que são segmentos de menor valor agregado na produção e de baixa inovação.

“Cadê as mulheres nas exatas, nas engenharias, nas ciências, em setores fortes em inovação e tecnologia? É uma presença bem inferior à dos homens ainda, porque as mulheres são ensinadas culturalmente que determinadas áreas não são para elas, e isso traz reflexos nessas escolhas”, ressaltou a coordenadora do Sebrae Delas. (Agência Brasil)

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