EVENTO NA CDL

Tasso Jereissati diz que é preciso cautela com o cenário econômico atual do Brasil

Por Marcelo - Em 22/08/2023 às 1:00 PM

O empresário e ex-senador pelo Ceará, Tasso Jereissati, esteve na noite desta segunda-feira (21), na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, para falar sobre o cenário econômico nacional e também no Ceará. Ele foi recebido pelo presidente da entidade, Assis Cavalcante, vários integrantes da diretoria, além do prefeito e do vice-prefeito de Fortaleza José Sarto e Élcio Batista, respectivamente; o ex-prefeito Roberto Cláudio, e o presidente do TJCE, desembargador Antônio Abelardo Benevides Moraes.

Empresários, políticos e autoridades recepcionaram Tasso Jereissati

Na sua apresentação, falou sobre assuntos que impactam diretamente o dia a dia dos empresários, como as reformas tributária e fiscal, inflação e juros. “Reforma tributária é muito complexa. Existem muitos setores/lobbies importantes, poderosos e com bons argumentos, que fazem uma pressão sobre os senadores, assim como os deputados, para que seus setores não sejam prejudicados. Não é uma votação fácil, acho que vai haver uma modificação em algumas coisa no Senado e depois volta para a Câmara dos Deputados”, afirma.

Lembrou que segundo estudos do IBGE, este ano o produto interno bruto (PIB) do Brasil deve crescer entre 2% a 2,5%, sendo que no início do ano se falava em 1%. “Mas 2,5% não é um crescimento brilhante para o Brasil. É um crescimento medíocre, mas é um crescimento, pois esperávamos muito menos. Os juros deram sinais que começam a cair, e devem continuar este ano e no próximo. A expectativa é de uma longa queda dos juros a cada reunião do Copom até o fim do ano que vem, o que é um bom sinal para o comércio e todos que trabalham no varejo, é uma excelente notícia. E a desaceleração da inflação, que deve chegar a 5% ao final deste ano e no ano que vem continue. E o juro real termine 2024 em cerca de 4% a 5%. É uma perspectiva que nos dá uma certa tranquilidade, mas não muito otimismo, e muito menos euforia, devido a uma série de incertezas”, ressalta.

Deusmar Queirós, Assis Cavalcante, Tasso Jereissati e Honório Pinheiro

O problema fiscal brasileiro é algo preocupante. Lembrou que o arcabouço fiscal que será votado ainda depende de finalizar a votação no Congresso Nacional. “Mas supondo que esse novo arcabouço seja votado, as propostas e condições são muito difíceis de acreditar que sejam viáveis este e no próximo ano, pois se propõe a deixar uma margem de gastos com o Governo Federal. Mas esse cálculo foi feito baseado num crescimento de receitas muito forte e não cortou nenhum tipo de despesas, o que não é bom”, explica o empresário.

Destacou que no Congresso Nacional não há uma grande base de apoio ao Governo Federal e, portanto, são necessárias algumas negociações, a cada projeto, como concessão de emendas parlamentares e outras situações para a aprovação. E criticou que o Governo não tem sinalizado com redução de despesas, o que é preocupante. Outra preocupação grande é a proposta de se acabar com os subsídios para os estados do Nordeste e da Amazônia.

“Se o Governo é obrigado a ter negociações pontuais com os congressistas, significa que vamos ter mais despesas. Está em negociação o aumento das emendas obrigatórias e, agora, há uma proposta do Congresso e o Governo vai ter que sentar e negociar, para ver se leva adiante os seus projetos. Queria lembrar que mais da metade dos cerca de R$ 150 bilhões em subsídios são fáceis de se cortar, como o Simples Nacional ou a Zona Franca de Manaus. Estes problemas nos dão incertezas. Não acredito que possa haver um desastre na nossa economia, mas não estou com um ar de otimismo, mas sim de realismo”, completa Tasso Jereissati.

Tasso Jereissati falou sobre diversos assuntos que impactam no dia a dia das empresas no Brasil e no Ceará

Com cautela

Assis Cavalcante destacou a liderança que Tasso Jereissati representa

O presidente da CDL de Fortaleza agradeceu a presença de Tasso Jereissati no encontro com os empresários cearenses. “Ele é uma liderança do Estado, com amplo conhecimento dos fatos como senador da República e nos trouxe uma posição no campo da economia, que não está como poderia, mas de uma certa forma está dentro de uma regularidade. Ao mesmo tempo com uma preocupação com a inflação, mas as regras impostas pelo Banco Central a contiveram um pouco, dando a segurança para nós empresários tirarmos nossos projetos da gaveta e os implementarmos com certa cautela”, destaca Assis Cavalcante.

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