
VALE3 RECUA 4,50%
Tensões geopolíticas e volatilidade na China pressionam ações de mineradoras
Por Marcelo Cabral - Em 17/06/2025 às 6:52 PM

Minério de ferro é o produto comercializado pela Vale e sofre impactos externos Foto: Divulgação
As ações da mineradora Vale (VALE3) encerraram esta terça-feira (17) com queda de 4,50%, sendo negociadas a R$ 51,41 na B3, refletindo um cenário global adverso que tem afetado diretamente o desempenho do setor de mineração. A retração ocorre em meio a uma conjunção de fatores externos que reacenderam a cautela entre investidores, especialmente diante das incertezas quanto à demanda chinesa por minério de ferro – principal commodity da companhia.
Segundo analistas de mercado, o preço do minério de ferro apresentou retração de 0,07% na bolsa de Dalian, na China, influenciado por instabilidades geopolíticas e perspectivas pouco otimistas para o curto prazo. A escalada do conflito entre Israel e Irã, aliada ao recrudescimento das disputas comerciais entre China e Estados Unidos, compõe um quadro de instabilidade internacional que afeta diretamente a percepção de risco dos principais players globais.
A China, maior destino do minério de ferro exportado pela Vale, tem demonstrado sinais de desaceleração na demanda industrial, o que agrava a pressão sobre os preços da commodity e, por consequência, sobre o desempenho das ações das mineradoras brasileiras.
Efeitos da aversão ao risco
A correção negativa não se restringiu à Vale. Outras companhias do setor também registraram quedas expressivas no pregão de hoje. As ações da Usiminas (USIM5) recuaram 6,59%, impactadas, além do cenário internacional, pela revisão da recomendação do Itaú BBA, que alterou a classificação dos papéis de ‘compra’ para ‘neutra’. O movimento acentuou a percepção de risco e ampliou o fluxo vendedor sobre os ativos da siderúrgica.
Já os papéis da CSN Mineração (CSNA3) tiveram desempenho mais moderado, com leve baixa de 0,80%. No acumulado de 2025, as ações da Usiminas já apresentam queda de 13,53%, enquanto a Vale registra um recuo de 1,93%. A CSN, por sua vez, mantém uma valorização de 1,42% no mesmo período, indicando maior resiliência frente às oscilações do mercado.
Perspectiva de curto prazo cautelosa
Embora o setor de mineração continue a representar um pilar estratégico da economia brasileira, o momento requer atenção redobrada por parte de investidores e gestores. A influência de fatores exógenos – especialmente ligados ao contexto geopolítico e à dinâmica de consumo da China -, tem reforçado a volatilidade dos ativos do segmento.
Analistas apontam que, no curto prazo, a ausência de vetores positivos claros para a recuperação da demanda global por minério de ferro deve manter os papéis sob pressão. No entanto, a avaliação de fundamentos de longo prazo e a solidez financeira das empresas do setor seguem como diferenciais importantes para o investidor de perfil estratégico.
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