BIOMARCADOR NA CORRENTE SANGUÍNEA

Uso da tecnologia abre novos caminhos para o diagnóstico precoce do câncer

Por Marcelo - Em 17/02/2022 às 8:05 PM

A sigla ctDNA se refere ao DNA que vem de células cancerígenas e que pode ser encontrado na corrente sanguínea. À medida que um tumor cresce, algumas células morrem e liberam esse material no sangue. Pode-se dizer, então, que são pequenos pedaços de DNA das células do tumor, que ficam soltos no sangue de um paciente com câncer. A quantidade desses fragmentos pode variar de acordo com o tipo de tumor, localização e estágio da doença.

CRIO dispõe de alta tecnologia para o tratamento de seus pacientes               Foto: Divulgação

A detecção do ctDNA nos pacientes pode ser útil para verificar respostas ao tratamento implementado, para acompanhamento dos pacientes sem sintomas através da quantidade de DNA tumoral circulante, para detecção precoce e diagnóstico de um tumor. Em alguns casos, a recorrência da doença pode ser detectada e tratada antes do tumor se tornar visível nos exames de imagem, como tomografias e ressonâncias.

“Isso sugere uma mudança nos paradigmas, demonstrando que é possível diagnosticar e tratar as recidivas tumorais em estágio pré-clínico, por meio da detecção da doença residual mínima. Oferecendo assim a oportunidade de intervenção terapêutica precoce e, consequentemente, melhorando os resultados de sobrevivência dos nossos pacientes”, explicou a enfermeira Mariana Firmeza, especialista em Oncologia pela Escola de Saúde Pública do Ceará- ESP/CE e Clinical Research Coordinator do Centro Regional Integrado de Oncologia (CRIO).

Mariana destaca que seguem estudos sobre a utilidade do biomarcador

Visando prever a recidiva do câncer de pulmão, por exemplo, alguns estudos se propõem a utilizar esse potente biomarcador (ctDNA) para detectar a doença em estágio pré-clínico e tratá-la, mesmo em pacientes que já se submeteram a algum tratamento com intenção curativa, seja cirúrgico ou quimioterápico. Estudos prospectivos maiores estão em andamento e precisarão confirmar esses achados.

Dessa forma, pode personalizar o tratamento com imunoterapia adjuvante, como por exemplo o Mermaid – 1. “Sendo assim, é possível afirmar que esse método abre novos caminhos no diagnóstico precoce do câncer e, agora, estamos empenhados em estudos intervencionistas que demonstrem ainda mais a utilidade clínica deste biomarcador”, completou Mariana Firmeza, que também é mestre em Enfermagem pela UFC.

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