queda nas vendas

Varejo digital tem pior Black Friday da história

Por Viviane Ferreira - Em 28/11/2022 às 3:20 PM

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Em 2022, o varejo online observou a pior Black Friday da história, com queda no número de pedidos e no valor gasto por compra. Em comparação com 2021, as vendas na sexta-feira caíram 28%, com um volume de R$ 3,1 bilhões.

Em meio a pandemia de covid-19 e uma inflação na casa dos dois dígitos (10,74%), 2021 registrou o menor crescimento na data até então.

Com um resultado abaixo da expectativa, a partir desta semana, as estratégias comerciais das empresas varejistas serão destinadas para os próximos 20 dias para retomar o crescimento e buscar margens melhores para as ações de Natal.

O recuo na sexta-feira, data principal do evento, equivale a R$ 1,2 bilhão a menos em vendas do que o ano anterior, segundo monitoramento fechado no sábado pela Confi Neotrust, empresa de dados com foco no digital, em parceria com a ClearSale, voltada para prevenção a riscos. Há o efeito da recente deterioração do poder de compra, mas também do baixo nível de confiança na economia em 2023.

O jornal Valor Econômico informa que apesar da queda nas vendas no varejo online, as lojas físicas das redes tradicionais apresentaram vendas um pouco melhores em comparação com 2021. Este resultado amenizou as vendas abaixo da expectativa no comércio online.

Após 12 anos, esta é a primeira vez em que há uma diminuição nas vendas durante a Black Friday. O recuo das vendas foi uma surpresa para associações e consultores, visto que eles esperavam uma alta de 3% a 9%.

“Não esperávamos isso, as pessoas não consumiram, ainda vivemos um período econômico difícil. E havia uma ansiedade grande nas empresas, todo mundo querendo recuperar um pouco os números do ano”, afirmou Matheus Manssur, superintendente comercial de comércio eletrônico na ClearSale, para o Valor Econômico.

Apesar disso, há de considerar os aumentos seguidos nos preços dos bens duráveis nos últimos meses e a escalada da taxa Selic, que encarece e reduz a capacidade de compra dos brasileiros.

Curiosamente, o relatório da ClearSale aponta que os produtos com os maiores volumes de vendas foram os alimentos, moda e eletrônicos.

O documento ainda indica que a pior Black Friday da história foi desidratada com a antecipação nas vendas em outubro e novembro. Embora de janeiro a setembro, a taxa de queda foi de 3,6% e entre os dias 01 a 25 de novembro, o movimento de baixa foi ainda mais forte, um recuo de 8,5%.

Na Black Friday, a queda no número total de pedidos foi de  23,7%, frente à diminuição de 0,5% um ano atrás. Já o gasto por compra médio foi de R$ 733, redução de 5,9% (sem descontar a inflação).

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