Esporte e Saúde

Dia do Atleta: conheça a história de determinação e superação de Erick Vasconcelos

Por Viviane Ferreira - Em 21/12/2022 às 2:38 PM

Erick Vasconcelos (10)

Erick Vasconcelos

O Dia Nacional do Atleta, é comemorado nesta quarta-feira (21). A data possui o intuito de celebrar o esforço das pessoas que se dedicam ao esporte, seja por hobby ou para manter uma boa qualidade de vida.

Um grande exemplo, é o atual secretário executivo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Fortaleza, Erick Vasconcelos, que se valeu do esporte para enfrentar os obstáculos da vida e hoje é um admirável triatleta.

Confira, a seguir, os detalhes da história de superação, fé e determinação de Erick:

Os primeiros desafios

 

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Erick Vasconcelos em 2001

Em janeiro de 2001, devido a um problema de saúde, precisou ser inter nado por vários dias em uma unidade hospitalar. Por conta do sedentarismo, no mesmo período, os médicos também o diagnosticaram com obesidade mórbida (120 kg com 1,66 m de altura). Logo que foi liberado, sempre com autorização médica, passou a realizar caminhadas diárias de seis quilômetros durante três meses.

Erick, que antes não praticava nenhum tipo de atividade física, começava a perceber os benefícios de tal prática.

Com o tempo, começou a aumentar gradual mente a distância percorrida, passando a correr seis, oito, dez e chegando aos inimagináveis 21 quilômetros!

Sobre o início, Erick nos conta: “quando cheguei aos 21 quilômetros, decidi procurar um médico especialista em esporte. Logo na primeira consulta foi um balde de água fria, pois ouvi dele, após analisar o meu histórico, que eu nunca seria um atleta. Após uma segunda consulta, porém, passei por um teste na esteira e os resultados o surpreenderam. Mas, de certa forma, ele estava certo: eu não seria um atleta, pois com determinação, consegui me tornar um triatleta”.

A partir daí, passou a tomar gosto pelo esporte e pela adrenalina que toda essa atividade lhe oferecia. Com isso, no final de 2003, começou a competir em provas de corrida de rua, com percursos
que variavam entre 10 e 21 quilômetros. “No mesmo período, passei, ainda, a treinar ciclismo. Logo na primeira prova de duathlon terrestre fiquei em primeiro lugar na categoria. Com esse estímulo, passei a planejar e projetar a minha participação em outros desafios”, afirma.

Treinamento especializado

 

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Erick Vasconcelos

Em 2004, por conta dos excelentes resultados alcançados em variadas competições, foi convidado a integrar a equipe Bransk Club Triathlon, passando a receber treinamentos específicos com
o professor Thelmo Maia Gomes, que, no final de 2004, o desafiou a participar do Ironman Brasil.

Erick, que nunca foi de fechar os olhos para desafios, aceitou e cumpriu a missão com maestria. Em maio de 2005, com o apoio de familiares e amigos, superou a mais temida prova do triathlon brasileiro.

Depois do primeiro Ironman, Erick, hoje, possui um currículo atlético de orgulhar quem, assim como ele, é apaixonado por esportes. “Já estive em nove Ironman, um mundial de Ironman 70.3 nos Estados Unidos, três mundiais de Triathlon Long Distance na Austrália, França e Espanha, além de ter sido um dos condutores da tocha olímpica na passagem por Fortaleza e, também, um dos responsáveis pela captação do Ironman Fortaleza em 2013”, ressalta o secretário executivo.

Novos e grandes obstáculos

 

Erick Vasconcelos (1)

Erick Vasconcelos (1)

Dizem que Deus nos dá o frio conforme o cobertor. E, mais uma vez, a vida apresentou a Erick novos e grandes testes de força, coragem e fé. Em maio de 2020, o mundo vivia o caos imposto pela
pandemia causada pela covid-19.

Nesse período, após descobrir uma pancreatite, Erick ficou cerca de um ano realizando exames para saber a causa. Por conta disso, os esportes, que faziam parte do seu dia a dia desde 2001, precisaram ficar esquecidos, uma vez que o mais fundamental era cuidar da saúde e aliviar as dores.

Ciente de que algo não estava bem, resolveu marcar uma consulta em São Paulo com o renomado Dr. Marcel Machado, no Hospital Sírio Libanês. Lá, precisou se submeter a três grandes cirurgias abertas e, para surpresa de todos, veio o diagnóstico: um tumor neuroendócrino no pâncreas (câncer de pâncreas).

Ao receber o diagnóstico, nos conta o que passou por sua cabeça: “os médicos sempre foram muito otimistas. Desde a minha primeira cirurgia, sempre ouvi do Dr. Marcel que eu iria ficar bom. Quando recebi o diagnóstico final, apesar de tudo, fiquei feliz, pois, enfim, saberia a causa de todas as minhas dores. Tenho certeza de que irei cruzar a linha de chegada da cura”.

Erick Vasconcelos percebeu que aquele seria seu mais difícil Ironman. “Com determinação e força de vontade, somados ao apoio incondicional da minha família e dos meus amigos, comecei o tratamento, que consistia em quatro ciclos do radiofármaco Lutécio – 177”, nos conta.

Já no segundo ciclo, após o PET-CT, veio a excelente notícia: a redução de mais de 70% do tumor. Dessa forma, pôde ser liberado para voltar a ter uma vida normal, inclusive, podendo praticar atividade física. “Minha oncologista de São Paulo, Dra. Fernanda Capareli, me fez voltar à rotina, com uma certa moderação, é claro. Foi aí que optei por dar um tempo do triathlon e passei a fazer caminhadas diárias. Foi um recomeço, só que, devido a minha memória muscular, após um mês caminhando e já chegando aos dez quilômetros, resolvi correr seis quilômetros e, progressiva mente, fui melhorando o meu preparofísico”, pontua Vasconcelos.

Após uma nova viagem à capital paulista, passou por consulta médica e, devido aos ótimos resultados, foi liberado para correr 21 quilômetros. E foi nesse momento que, mais uma vez,
queria ultrapassar os limites. Faltavam, naquela época, apenas 41 dias para o Ironman 70.3 Fortaleza. “Liguei para um treinador amigo e perguntei se ele tinha a coragem de aceitar o desafio de
fazer com que eu voltasse a correr uma meia maratona em 41 dias. Importante dizer que, tudo isso, depois de 2 anos e 4 meses parado e, ainda, em trata mento. De imediato, ele aceitou”, diz.

E, no último dia 6, o atleta cumpriu mais uma prova do Ironman. Desta vez, porém, com um gosto maior, de superação e de certeza de que nenhum obstáculo é grande demais quando se
deseja verdadeiramente superá-lo.

Ironman 70.3 Fortaleza

 

Erick Vasconcelos E Carlos Galvao (1)

Erick Vasconcelos e Carlos Galvão

Erick foi um dos mil atletas, de 22 países, que participou do Ironman 70.3 Fortaleza, na nova Beira-Mar. Ele competiu na modalidade revezamento com os amigos José Pinto Filho e Rommel
Reno integrando a equipe. Para se ter ideia da experiência dos três atletas, se juntarmos as provas de Ironman que o trio já participou, chegamos ao incrível número de mais de trinta Ironman.

Na oportunidade, Erick foi agraciado, juntamente com o prefeito de Fortaleza, José Sarto, e o vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista, com o Troféu Amigo do Ironman, premiação entregue pelo diretor do Ironman Brasil, Carlos Galvão, aos grandes apoiadores do evento.

“Achava que nunca mais poderia viver essa experiência de competir. Durante a prova vi o quanto sou querido na nossa cidade, pois nunca havia ouvido tanto o meu nome ser gritado em uma competição. Isso só me dá forças para seguir acreditando que a cura está bem próxima”. E finaliza: “a minha história de vida é uma oportunidade de mostrar às pessoas que, mesmo quando achamos que chegamos ao fundo do poço, sem uma luz no fim do túnel, com muita fé em Deus, coragem, determinação e disciplina, conseguimos superar as adversidades. E isso o esporte me ensinou”.

 

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