Claudio Vale, Tatiana Quintella, Luisa Cela e Renata Vale em noite de movimentação cultural em Fortaleza – Fotos: Douglas Filho / Portal IN 

Um dos personagens mais emblemáticos da religiosidade brasileira, Padre Cícero Romão Batista, terá sua trajetória eternizada nas telas de cinema em um projeto que promete ser um marco na cinematografia nacional. Com orçamento estimado em R$ 20 milhões e estreia prevista para abril de 2027, o longa-metragem “Padre Cícero – O Filme” está atualmente em fase de captação de recursos e mobiliza nomes de peso do audiovisual e da cultura nacional.

A ideia original do filme é de Binho Bezerra, que concebeu o projeto como uma forma de resgatar, com profundidade artística e histórica, a importância de Padre Cícero para o Brasil. A proposta ganhou forma e força com a adesão de figuras influentes como o empresário Claudio Vale que, junto sua esposa Renata, reuniu no último fim de semana um grupo seleto de convidados em sua residência no Ceará para apresentar oficialmente o projeto. O encontro contou com falas da cineasta e produtora executiva Tatiana Quintella, do anfitrião e da secretária de Cultura do Estado, Luiza Cela, além da presença do presidente do Grupo In de Comunicação, Pompeu Vasconcelos, e de Mariana da Fonte.

Claudio Vale, Mariana da Fonte e Pompeu Vasconcelos: arte e cultura como fio condutor da apresentação do projeto cinematográfico

Dirigido por Fabinho Mendonça e com roteiro assinado por Lusa Silvestre — vencedor de dois prêmios Grande Otelo — o longa se propõe a retratar a trajetória espiritual, política e social de Padre Cícero.

Mais do que uma narrativa religiosa, o filme pretende mostrar os embates de Cícero com o alto clero, as tensões políticas da época, a resistência às tentativas de excomunhão e o uso simbólico de sua figura por cangaceiros. Em palavras de Tatiana Quintella, “o filme se propõe a revisitar a trajetória e influência histórica do ‘Padim’ no Brasil, intercalando passado e presente. A narrativa se desdobra a partir do olhar de um romeiro cearense, hoje maître de um renomado restaurante em São Paulo, que retorna ao Juazeiro para pagar uma atual promessa”.

Apoio e participação de grandes nomes

A produção está sob responsabilidade de Tatiana Quintella, da Popcon, com coprodução da Paris Filmes — a maior distribuidora independente do Brasil — e apoio de nomes como Márcio Fraccaroli, Verônica Stumpf, Monique Alfradique, Rodrigo Bezerra, Claudio Vale e George Lima, atual presidente da Fundação de Ciência, Tecnologia e Inovação de Fortaleza (CITinova), que está colaborando na articulação junto a empresários e políticos para viabilizar os recursos necessários para o projeto cultural.

Para garantir rigor histórico, a equipe deve contar com consultoria de Lira Neto, um dos principais biógrafos brasileiros e autor do livro Padre Cícero (Companhia das Letras), considerado referência sobre a vida do religioso. Lira, vencedor do Prêmio Jabuti, será responsável por assegurar fidelidade aos eventos e personagens retratados.

Devoção popular em cena

O longa também aposta na devoção popular como força propulsora da história. Estima-se que 3 milhões de romeiros visitem Juazeiro do Norte todos os anos, e aproximadamente 60 milhões de fiéis no Nordeste mantenham viva a fé no “santo do povo”. Em 2022, o Papa Francisco iniciou formalmente o processo de beatificação de Padre Cícero, reafirmando sua relevância para a Igreja e para o povo nordestino.

Tatiana Quintella, que possui sólida carreira no cinema e na TV, já produziu sucessos como A Mulher Invisível (2,5 milhões de espectadores), O Homem do Futuro (1,5 milhão), Serra Pelada (800 mil) e O Homem Perfeito (600 mil). Em televisão e streaming, está por trás de títulos como 50 Grandes Filmes Brasileiros (HBO Max), O Nome Dela é Gal (HBO), Tamo Junto (Netflix) e Luana é de Lua (E!/NBCUniversal).

“Padre Cícero – O Filme” será mais do que uma cinebiografia: um retrato profundo do Brasil do sertão, onde fé, resistência e política se entrelaçam em uma narrativa que atravessa séculos. Como resume Tatiana, “um líder religioso, político e social que ultrapassou os limites da religião para se tornar símbolo de resistência, devoção e esperança. Uma reflexão poética e contundente sobre o Brasil profundo, onde tradição e modernidade se encontram no coração do sertão.”