SÃO PAULO

Monet sob nova luz: Masp abre exposição inédita do mestre impressionista

Por Marlyana Lima - Em 17/05/2025 às 2:44 AM

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Exposição traz obras de Claude Monet para o Masp 

No coração da Avenida Paulista, o Masp inaugurou nesta sexta-feira (16) uma exposição que reposiciona Claude Monet — ícone máximo do impressionismo — como um cronista sensível das transformações ambientais de seu tempo. A Ecologia de Monet, parte do ciclo Histórias da Ecologia, tema que guia a programação do museu ao longo de 2025, convida o público a mergulhar em paisagens que vão muito além da beleza contemplativa.

Com curadoria de Adriano Pedrosa e Fernando Oliva, a mostra reúne 32 obras raras, muitas delas inéditas no hemisfério sul, e propõe um olhar contemporâneo sobre a produção do artista francês (1840–1926), revelando como sua paleta, ainda que suave, capturava as tensões provocadas pelo avanço industrial, as mudanças atmosféricas e a inquietação com o impacto humano sobre a natureza.

Dividida em cinco núcleos, a exposição passeia por temas como o Sena como Ecossistema, que revela a água como força vital e símbolo da convivência entre homem e paisagem, e Neblina e Fumaça, onde o ar carregado de Londres do século XIX ganha tons quase oníricos. O percurso termina em Giverny: Natureza Controlada, onde o jardim criado por Monet — com ninféias, salgueiros e a famosa ponte japonesa — é reinterpretado como um microcosmo moldado pelo desejo de equilíbrio entre arte e meio ambiente.

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Obras do pintor francês sob novo olhar 

“Monet não era apenas um pintor da luz; ele era também um observador atento das transformações do mundo ao seu redor”, afirma Fernando Oliva. “A exposição convida o público a ver essas obras como mais do que registros impressionistas — elas são documentos sensíveis de um planeta em transição.”

O gesto do Masp ao enquadrar Monet nesse novo contexto é ao mesmo tempo ousado e revelador. Em tempos de emergência climática, a arte ganha potência como ferramenta de reflexão e reencantamento do mundo natural. A Ecologia de Monet mostra que, mesmo no século XIX, era possível prever que a natureza — ora fluida, ora ameaçada — já pedia socorro em silêncio.

A exposição fica em cartaz até 24 de agosto. O Masp oferece entrada gratuita às terças-feiras e nas noites de sexta, a partir das 18h, mediante agendamento online pelo site do museu.

(Com informações da Agência Brasil)

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