Visitantes percorrem uma das pontes suspensas da Trilha do Ararapira, novo trajeto estruturado do Parque Nacional do Superagui

O Parque Nacional do Superagui, no litoral norte do Paraná, abre um novo capítulo em sua história ao inaugurar a Trilha do Ararapira, a primeira trilha bimodal estruturada e aberta à visitação permanente desde a criação do Parque, há 36 anos. Com 15 quilômetros de extensão, o percurso foi concebido para caminhantes e ciclistas e passa a integrar a Travessia do Superagui, rota de cerca de 40 quilômetros que cruza a ilha de norte a sul, conectando praias desertas, áreas de mata preservada e comunidades caiçaras.

Viabilizada a partir de um investimento de R$ 2 milhões do Programa Biodiversidade Litoral do Paraná (BLP), a trilha atravessa a comunidade de Barra do Ararapira e foi estruturada em dois trechos distintos. O segmento inicial, com três quilômetros, reúne cinco pontes suspensas; já o trecho seguinte, de 11 quilômetros, conta com mais duas pontes, além de uma passarela de 50 metros instalada sobre áreas sujeitas a alagamento. Todo o percurso segue o padrão de sinalização da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, garantindo orientação clara e integração com outras rotas de conservação do país.

Mais do que um novo atrativo, a Trilha do Ararapira surge como um eixo estratégico de turismo sustentável e de base comunitária, conectando as comunidades de Barra do Superagui, Barra do Ararapira e Ararapira. O trajeto amplia oportunidades locais ao estimular serviços de hospedagem, alimentação e condução de visitantes, ao mesmo tempo em que convida o público a vivenciar a Mata Atlântica em diferentes camadas — entre trechos de mata densa, manguezais e áreas alagadas, com possibilidade de avistamento de espécies emblemáticas como o mico-leão-da-cara-preta, bandos de papagaios-de-cara-roxa e, na região de Ararapira, os guarás que colorem os manguezais.

A inauguração oficial, realizada em 13 de dezembro, na Vila de Ararapira, traduziu esse espírito coletivo. A entrega da trilha foi celebrada com moradores, gestores ambientais e parceiros institucionais, encerrando o dia com um baile de fandango tradicional, conduzido pela Família Pereira — gesto simbólico que evidencia a cultura caiçara como parte viva do território.