Wagner Moura era apontado como grande favorito e levou o prêmio de Melhor Ator em Cannes

Wagner Moura foi eleito o melhor ator na 78ª edição do Festival de Cannes, neste sábado (24), por sua atuação em O Agente Secreto, dirigido por Kleber Mendonça Filho. É a primeira vez que um brasileiro vence o prêmio de interpretação masculina na competição principal do festival.

O ator não compareceu à cerimônia de premiação, realizada no Palais des Festivals, por estar envolvido nas filmagens de 11817, novo longa de Louis Leterrier. Moura participou da estreia mundial de O Agente Secreto no último domingo (18), mas retornou ao set no dia seguinte. No palco, Kleber Mendonça Filho recebeu a honraria em nome do ator.

O diretor Kleber Mendonça Filho recebeu o prêmio em nome de Wagner |Moura

“Eu tive a sorte de ter a oportunidade de trabalhar com Wagner Moura, um grande ator e uma grande pessoa. Espero que este filme lhe traga coisas maravilhosas. Obrigado ao júri e à presidente Juliette Binoche”, disse o cineasta, ao agradecer o prêmio.

Antes de Moura, duas brasileiras já haviam sido premiadas em Cannes na categoria de interpretação feminina: Fernanda Torres, em 1986, por Eu Sei que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor, e Sandra Corveloni, em 2008, por Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas.

O Agente Secreto foi bem recebido pela crítica e pela imprensa internacional após sua estreia em Cannes, e figurava entre os favoritos para receber prêmios. Ainda antes da cerimônia oficial, o longa venceu o prêmio da Fipresci, a Federação Internacional de Críticos de Cinema.

Este é o segundo prêmio importante de Mendonça Filho no festival. Em 2019, ele recebeu o Prêmio do Júri por Bacurau, codirigido com Juliano Dornelles.

A conquista de Moura encerra um ano considerado histórico para o cinema brasileiro em Cannes, que nesta edição teve recorde de profissionais presentes no Mercado do Filme, área de negócios do festival, e foi o país homenageado do evento.

O reconhecimento também reforça o atual bom momento do audiovisual nacional. Recentemente, o Brasil conquistou seu primeiro Oscar de melhor filme internacional, com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e o Urso de Prata no Festival de Berlim, por O Último Azul, de Gabriel Mascaro.