Rodrigo Tremembé e Armênia Rocha são os representantes do Ceará na Bienal Internacional Révélations

O savoir-faire cearense acaba de ganhar passaporte para um dos mais glamourosos salões de arte, design e artesanato contemporâneo do mundo. De 21 a 25 de maio, Paris será palco da Bienal Internacional Révélations, e, pela primeira vez, o Brasil marca presença — com um toque especial do Ceará.

Sob a curadoria da CeArt e do Centro de Design do Ceará (KUYA), os artistas Rodrigo Tremembé e Armênia Rocha são os representantes escolhidos para levar a arte indígena e o artesanato cearense à capital francesa, exaltando as raízes do fazer manual nordestino.

“A força da nossa cultura e a beleza do saber artesanal do Ceará estão representando o Brasil na Bienal Révélations”, celebra Jade Romero, vice-governadora cearense e Secretária da Proteção social do Ceartá . “É a nossa identidade brilhando e ganhando reconhecimento no cenário global!”, completou Jade Romero.

Participação dos cearenses integra o espaço “La Banquet”

 Ceará em Paris

Rodrigo Tremembé, artista e designer indígena do povo Tremembé de Itarema, leva à Cidade Luz duas criações que mesclam tradição, arte e moda. A primeira é uma vestimenta-obra, composta por retalhos de suas coleções de moda indígena, bordados, miçangas e grafismos pintados à mão — uma ode à simbologia do seu povo. A segunda, intitulada “Pompê Tremembé”, é uma instalação sensorial: uma esteira bordada com mãos que seguram objetos sagrados como o aguaim, cajus e cuias, além de duas cobras corais em crochê com adornos em penas e macramê. Um tributo artesanal que dialoga com a icônica “Criação de Adão”, de Michelangelo, mas aqui reinterpretada com urucum e jenipapo.

Já a estilista Armênia Rocha transforma memória, afeto e identidade nordestina em esculturas-luminárias. Cada peça, feita à mão, carrega a essência da cultura popular e das narrativas de infância, com estruturas de madeira, ferro ou arame galvanizado. Um verdadeiro design que honra a tradição cearense.

A participação dos cearenses integra o espaço “La Banquet”, onde se reúnem artesãos de 17 países para celebrar a diversidade e a excelência do trabalho manual. Ao todo, são mais de 300 expositores de todo o mundo, numa edição histórica que coincide com a Temporada Brasil-França 2025, marco dos 200 anos de relações bilaterais entre os dois países.

Esta articulação foi possível graças ao esforço conjunto do Governo do Ceará, via Secretaria da Cultura e Secretaria da Proteção Social, com o Consórcio Nordeste e o Ateliers d’Art de France, organizador da bienal.

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Temporada Brasil-França

Idealizada pelos presidentes Emmanuel Macron e Luiz Inácio Lula da Silva, a Temporada Brasil-França 2025 é uma celebração que transcende fronteiras, unindo temas como clima, diversidade e democracia, além de fomentar parcerias culturais, econômicas e educacionais entre os dois países.

E o Ceará, com sua arte vibrante e criativa, se insere com protagonismo nesse intercâmbio, provando que o artesanato e o design nordestino não apenas dialogam com o mundo, mas são protagonistas na cena internacional.

Como define a vice-governadora Jade Romero, “é a nossa identidade brilhando”.