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João Campos assume presidência do PSB com aceno à manutenção da aliança Lula-Alckmin para 2026

Por Marlyana Lima - Em 01/06/2025 às 3:21 PM

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Com a presença de Lula, João Campos é aclamado presidente do PSB em Congresso do partido

Em um movimento que sinaliza a consolidação da base aliada do governo federal e o reposicionamento estratégico do Partido Socialista Brasileiro (PSB) no cenário político nacional, o prefeito do Recife, João Campos, foi aclamado neste domingo (1) como novo presidente nacional da legenda durante o XVI Congresso Nacional do partido. Aos 30 anos, Campos torna-se o mais jovem a comandar uma sigla de grande expressão no país — e já inicia seu mandato mirando 2026: defendeu publicamente a recondução da chapa Lula-Alckmin para a disputa à reeleição presidencial.

Em seu primeiro discurso como líder máximo do PSB, João Campos foi enfático ao declarar apoio à manutenção da aliança que selou a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. “Vocês já sabem de antemão que o PSB vai definir, de forma conjunta e coesa, [a chapa] Lula e Alckmin”, afirmou o novo presidente da sigla.

A escolha de João Campos marca uma nova fase para o PSB, que nos últimos anos buscou reafirmar sua relevância dentro do campo progressista e do arco de alianças do lulismo. Com raízes no campo socialista democrático, o partido viu em 2022 uma oportunidade de se recolocar no protagonismo ao indicar o então ex-governador tucano Geraldo Alckmin como vice na chapa de Lula — uma união que, à época, surpreendeu até os analistas políticos mais experientes.

Campos relembrou esse momento histórico. “A construção feita de Lula e Alckmin, foi dito aqui pelo próprio presidente [Lula], é uma construção que se você olhasse há 10 anos, nenhum analista político diria que isso aconteceria. Isso aconteceu por força da democracia e por imposição das circunstâncias que o nosso país precisava”, declarou, apontando o gesto como símbolo de maturidade política e de resposta à ameaça autoritária representada por Jair Bolsonaro (PL).

PSB assume papel de protagonista

A ascensão de João Campos ao comando do PSB ocorre num momento de recomposição de forças dentro da base governista. Jovem, carismático e com forte apelo no Nordeste — região estratégica para o lulismo — Campos desponta como um elo entre a velha guarda socialista, representada por nomes como Miguel Arraes e Eduardo Campos, e uma nova geração política aliada à esquerda democrática.

Com isso, João Campos se posiciona como uma figura de articulação , mas também como liderança que pode negociar em nome de uma centro-esquerda ampliada — especialmente diante dos desafios que a federação PT/PCdoB/PV pode enfrentar na tentativa de consolidar hegemonia dentro da esquerda.

A movimentação do novo presidente socialista deve, ainda, repercutir nos bastidores do Palácio do Planalto, onde Lula e aliados monitoram atentamente os humores da base aliada em busca de estabilidade para os próximos anos — sobretudo num ambiente de crescente polarização e avanço da extrema direita.

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