As indústrias extrativas, em particular, lideraram as quedas, com uma retração de 3,39% nos preços. FOTO: Agência Brasil

Após mais de um ano de aumentos consecutivos, os preços ao produtor no Brasil começaram a registrar queda em fevereiro, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Índice de Preços ao Produtor (IPP) apresentou uma ligeira redução de 0,12% em comparação com janeiro, interrompendo uma sequência de doze meses de valorização. Apesar disso, o IPP acumulado nos últimos 12 meses ainda apresentou uma alta de 9,41%.

O estudo abrange 24 setores industriais e, neste mês, 12 deles apresentaram variações negativas nos preços. Entre as atividades com maior impacto negativo, destacam-se o refino de petróleo e biocombustíveis, alimentos, outros produtos químicos e indústrias extrativas, que, juntas, foram responsáveis por uma variação expressiva nos índices. A queda nos preços do setor alimentício foi particularmente notável, refletindo o contexto de oferta e demanda em diversas commodities.

As indústrias extrativas, em particular, lideraram as quedas, com uma retração de 3,39% nos preços. Outros equipamentos de transporte e produtos químicos também tiveram quedas significativas, de 2,76% e 2,41%, respectivamente. Em contrapartida, o refino de petróleo e biocombustíveis teve um aumento de 2,37%, refletindo uma alta no mercado global de combustíveis e a influência cambial.

A variação cambial tem se mostrado um fator determinante nos resultados de fevereiro. O gerente do IPP no IBGE, Murilo Alvim, destacou que a flutuação do dólar, que acumulou uma queda de 4,25% frente ao real desde o início do ano, tem sido um reflexo importante nas variações de preços, especialmente nos setores de produtos exportáveis como alimentos e biocombustíveis.

O setor alimentício registrou uma queda de 0,84% no mês, o que representa um alívio para os consumidores após uma sequência de aumentos. Os preços das carnes, especialmente as bovinas, diminuíram devido a um aumento no nível de abates, enquanto o arroz e os derivados da soja também ficaram mais baratos, impulsionados pela safra. Esses fatores, aliados à variação cambial, explicam em grande parte os resultados observados nos preços ao produtor.