Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape Foto: Divulgação

Com um crescimento de 5,3% em 2024, o setor de eventos no Brasil registrou desempenho acima da média do PIB nacional, que foi de 3,4%, e superou segmentos tradicionais como a indústria (1,6%) e a agropecuária (2,2%). Os dados são do mais recente boletim “Radar Econômico”, produzido pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), com base em informações do IBGE.

O resultado, destaca a entidade, reforça a consolidação do setor de cultura, entretenimento e eventos como um vetor relevante da economia brasileira. O crescimento tem sido impulsionado por medidas como o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse), que contribuiu para a recuperação e expansão da cadeia produtiva após o impacto da pandemia.

Segundo Doreni Caramori Júnior, presidente da Abrape, o desempenho atual mostra que o setor passou de resiliente a estratégico. “O avanço do PIB confirma a força do mercado e o efeito das políticas que viabilizaram a retomada e a geração de renda”, afirmou.

Mercados de trabalho e consumo

O impacto positivo também se reflete no mercado de trabalho. Em fevereiro de 2025, o número de empregos formais no núcleo do setor estava 66,1% acima dos níveis de 2019. O chamado hub setorial — que inclui áreas como hospedagem, alimentação, segurança e turismo — teve alta de 25% no mesmo comparativo.

Já o consumo relacionado a eventos atingiu R$ 11,45 bilhões em fevereiro, o maior valor da série histórica. No bimestre inicial do ano, o volume chegou a R$ 22,8 bilhões, um aumento de 3,1% frente ao mesmo período de 2024.

O estudo considera dados da Receita Federal e do Ministério do Trabalho e Emprego, além do IBGE, e inclui 52 atividades diretas e indiretas ligadas ao setor. A expectativa, segundo a Abrape, é que os números sigam em alta caso se mantenha o ambiente de incentivo e a ampliação da demanda interna.