depoimento no stf
Mauro Cid confirma que Bolsonaro teve acesso a plano para reverter eleições
Por Marlyana Lima - Em 09/06/2025 às 4:47 PM

Acompanhado por seu advogado, tenente-coronel Mauro Cid presta depoimento sobre a tentativa de abolição do Estado de Direito
Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes nesta segunda-feira (9), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve presente e tomou conhecimento de uma minuta de decreto golpista apresentada por auxiliares próximos em 2022. A proposta previa medidas extremas, como a decretação de estado de sítio e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades.
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e réu na ação penal que investiga uma tentativa de golpe de Estado, Cid reafirmou o conteúdo da delação premiada que firmou com a Polícia Federal, na qual detalha articulações feitas por integrantes do governo para reverter o resultado das eleições presidenciais daquele ano.
Segundo o militar, o ex-assessor internacional da Presidência, Filipe Martins, foi o responsável por levar o documento golpista ao presidente em pelo menos duas ocasiões. “O presidente leu o documento e sugeriu alterações”, declarou Cid. Ele descreveu a minuta como composta por duas partes: uma com “considerandos” que questionavam ações do STF e do TSE, e outra com dispositivos jurídicos propondo medidas excepcionais de exceção institucional.
“Presenciei grande parte dos fatos, mas não participei deles”, afirmou Cid, ao ser interrogado por Moraes. Ele também negou ter sofrido qualquer tipo de pressão para firmar a colaboração com a Justiça.
Semana decisiva
O depoimento marca o início de uma semana decisiva no STF. De hoje até sexta-feira (13), o ministro Alexandre de Moraes deve ouvir, além de Bolsonaro, outros sete investigados apontados como integrantes do “núcleo decisório” da tentativa de golpe. Entre eles estão os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), representada por Paulo Gonet, acompanha os interrogatórios. A expectativa é que os depoimentos forneçam novos elementos sobre o alcance e a coordenação da trama golpista.
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