S&P Global
Indústria brasileira tem pior desempenho desde 2023 com tarifas e juros altos
Por Redação - Em 01/09/2025 às 5:08 PM

Apesar do cenário negativo, houve alívio nos custos: a inflação de insumos atingiu o menor nível em 17 meses FOTO: Freepik
A indústria nacional registrou em agosto a maior deterioração de suas condições operacionais desde meados de 2023, pressionada pelas tarifas dos Estados Unidos e pelos juros elevados no Brasil.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI), calculado pela S&P Global, caiu de 48,2 em julho para 47,7, permanecendo pelo quarto mês consecutivo abaixo de 50 pontos — linha que separa expansão de retração.
Segundo a pesquisa, o volume de novas encomendas recuou no ritmo mais intenso em mais de dois anos. Empresas ouvidas relataram suspensão de pedidos já firmados após o tarifaço norte-americano, além de retração da demanda interna e perda de confiança de clientes.
Desde agosto, os EUA aplicam sobretaxa de 50% a produtos que respondem por 36% das exportações brasileiras para aquele mercado, como carnes, café, frutas e calçados. Outros 20% das vendas estão sujeitos a tarifas globais entre 25% e 50%. Para reduzir o impacto, o governo brasileiro anunciou medidas de crédito, postergação de tributos e estímulos às exportações.
O levantamento também apontou queda nas encomendas externas pelo quinto mês seguido, embora a demanda da Europa e da América do Sul tenha amenizado a retração. A produção industrial recuou pelo quarto mês consecutivo, e o corte de vagas foi o mais intenso desde abril de 2023.
Apesar do cenário negativo, houve alívio nos custos: a inflação de insumos atingiu o menor nível em 17 meses. O aumento de preços foi limitado a químicos, eletrônicos, alimentos e metais, enquanto itens como celulose, algodão, petróleo e aço ficaram mais baratos.
Mesmo com as dificuldades atuais, empresas demonstraram otimismo em relação ao futuro, citando diversificação de mercados, investimentos em tecnologia e modernização do parque fabril como fatores de recuperação no médio prazo.
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