Incerteza política
Pressionado por derrotas no Congresso, primeiro-ministro japonês renuncia ao cargo
Por Julia Fernandes Fraga - Em 08/09/2025 às 12:57 PM

Shigeru Ishiba, agora ex-premiê japonês, renunciou ao cargo. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, anunciou neste domingo (7) sua renúncia ao cargo, após menos de um ano de governo, em meio a forte pressão interna depois de duas derrotas eleitorais significativas.
A decisão aconteceu um dia antes de o Partido Liberal Democrata (PLD) avaliar a convocação de uma votação interna para escolher um novo líder, medida que poderia forçá-lo a deixar o posto. Sob a liderança de Ishiba, o PLD perdeu a maioria na Câmara dos Deputados pela primeira vez em 15 anos e, em julho, também perdeu o controle do Senado.
O Japão, quarta maior economia do mundo e aliado estratégico dos Estados Unidos, enfrenta agora um período de incerteza política em meio ao aumento das tensões com a China e à insegurança regional.
Em sua decisão, Ishiba afirmou que “chegada a uma conclusão nas negociações sobre as medidas tarifárias dos EUA, […] é precisamente o momento apropriado” para sair, referindo-se ao acordo firmado na semana passada para aliviar as tarifas impostas pelo então presidente norte-americano, Donald Trump, sobre carros japoneses e outras exportações.
O premiê havia resistido até domingo aos apelos para renunciar, insistindo que era sua responsabilidade concluir o acordo com Washington antes de deixar o cargo.
Shigeru Ishiba ressaltou ainda que manterá seus compromissos “com o povo” até que um sucessor seja escolhido. O PLD agora deverá eleger um novo líder, que assumirá o cargo de primeiro-ministro após votação no parlamento.
Mandato curto e desgastes
Shigeru Ishiba assumiu o governo japonês em outubro de 2024 com a promessa de enfrentar a inflação, mas teve dificuldades para manter a confiança popular diante da alta do custo de vida e da crise econômica.
A duplicação do preço do arroz no ano passado foi um dos fatores mais prejudiciais politicamente.
Além disso, sua popularidade caiu após controvérsias como a nomeação de apenas duas mulheres para o gabinete e denúncias de distribuição de presentes caros a colegas de partido.
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