Na conferência em Viena, a Novo promoveu pesquisas envolvendo a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, e buscou sinalizar maior agilidade em suas decisões estratégicas

A Novo Nordisk, fabricante do medicamento para obesidade Wegovy, tenta retomar a confiança do mercado após um ano difícil. A companhia dinamarquesa viu suas ações perderem cerca de US$ 400 bilhões em valor de mercado e enfrenta vendas estagnadas, mas apresentou sinais de recuperação durante a conferência da Associação Europeia para o Estudo do Diabetes, em Viena.

Na última quinta-feira (18), os papéis da empresa avançaram mais de 6%, acumulando alta superior a um terço desde a mínima de agosto. O movimento ocorre pouco depois da posse de Mike Doustdar como novo CEO, que anunciou um plano de reestruturação voltado para simplificação das operações e corte de custos. A medida inclui a eliminação de 9 mil postos de trabalho, decisão considerada ousada por analistas.

Para investidores, a estratégia reforça o compromisso da empresa em melhorar sua execução e recuperar espaço frente à rival Eli Lilly, que lidera o mercado de medicamentos GLP-1 nos Estados Unidos. Analistas, como Kerry Holford, do Berenberg, chegaram a revisar a recomendação da ação de “manutenção” para “compra”, destacando o potencial de reação da farmacêutica.

Na conferência em Viena, a Novo promoveu pesquisas envolvendo a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, e buscou sinalizar maior agilidade em suas decisões estratégicas. O diretor científico, Martin Holst Lange, destacou que a companhia pretende acelerar o desenvolvimento de seu pipeline clínico e reforçar a competitividade.

Embora não tenha apresentado dados inéditos, a presença marcante da marca e os anúncios de reestruturação foram bem recebidos pelo mercado. Para o Barclays, os últimos movimentos apontam que a Novo Nordisk tenta se reposicionar e disputar de forma mais equilibrada o mercado global de medicamentos para perda de peso.