Jorge Messias também foi sancionado pelos EUA. Foto: Renato Menezes/AscomAGU

O Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias, criticou nesta segunda-feira (22) as novas sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos contra autoridades brasileiras. Para ele, as medidas são “injustas” e agravam um conjunto de ações “incompatíveis com a pacífica e harmoniosa condução de relações diplomáticas e econômicas” entre os dois países.

Jorge é uma das pessoas afetadas, tendo o visto norte-americano cancelado, conforme informou a agência Reuters e confirmada por ele em nota. 

Messias declarou que “diante desta agressão injusta, reafirmo meu integral compromisso com a independência constitucional do nosso Sistema de Justiça e recebo sem receios a medida especificamente contra mim dirigida. Continuarei a desempenhar com vigor e consciência as minhas funções em nome e em favor do povo brasileiro”. 

Segundo informações do alto escalão do governo Donald Trump, além de Jorge Messias, outras “cinco autoridades atuais e antigas do Judiciário brasileiro” também terão seus vistos cancelados, mas os nomes não foram divulgados.

O governo dos Estados Unidos já havia revogado os vistos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Flávio Dino, Luis Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia, além de outros membros do governo brasileiro.

As mais recentes sanções atingem inclusive familiares de autoridades , como a esposa de Alexandre de Moraes, e agravam, para o AGU, “um desarrazoado conjunto de ações unilaterais”.

Após julgamento de Bolsonaro, Governo Trump aplica sanções à esposa de Moraes e empresa da família

As medidas adotadas pelos EUA fazem parte de um pacote de retaliação de Donald Trump “em resposta ao julgamento e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados pela tentativa de golpe de Estado”. Além do cancelamento de vistos, os EUA impuseram uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros importados, justificando as medidas também por decisões que, segundo o governo norte-americano, prejudicariam empresas estadunidenses.