
Tensão
Conflito Irã-Israel: Genebra vira palco de tentativa europeia para frear escalada militar
Por Aflaudisio Dantas - Em 20/06/2025 às 9:09 AM

Irã e Israel entraram no sétimo dia de conflito marcado pela escalada nas agressões mútuas Foto: imagem produzida com IA
Em meio ao agravamento do confronto entre Irã e Israel, a cidade suíça de Genebra voltou a ser cenário de intensas articulações diplomáticas. Desta vez, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, encontrou-se com representantes da Alemanha, França e Reino Unido, além da chefe de Relações Exteriores da União Europeia, Kaja Kallas, numa tentativa de evitar que o conflito avance para uma guerra de maiores proporções.
A reunião, realizada a portas fechadas, reflete a crescente preocupação das potências europeias com os desdobramentos do conflito, que nas últimas semanas tem deixado centenas de mortos e ampliado o risco de desestabilização em toda a região do Oriente Médio.
Pressão por diálogo
Nas declarações prévias ao encontro, Araghchi afirmou que qualquer iniciativa diplomática só terá avanço real se houver, primeiro, o fim dos ataques israelenses. O ministro acusou Tel Aviv de promover bombardeios sistemáticos em território iraniano, incluindo alvos civis e instalações nucleares. Por outro lado, os representantes europeus chegaram a Genebra com a missão de convencer Teerã a interromper seus disparos de mísseis e ataques com drones, que têm atingido cidades israelenses desde o início do mês. “Genebra não é nova para nós nesse tipo de mediação, mas o clima desta vez é de tensão extrema. Estamos lidando com dois lados que não dão sinais de recuo”, comentou uma fonte próxima à delegação alemã.
Conter o Irã ou convencer Israel?
Diante do atual cenário, as potências europeias caminham sobre uma linha diplomática delicada. Por um lado, buscam limitar o avanço do programa nuclear iraniano, que voltou a enriquecer urânio a níveis próximos aos necessários para armas atômicas. Por outro, tentam convencer Israel a evitar novas ofensivas, especialmente aquelas direcionadas a áreas próximas a Teerã.
Fontes diplomáticas admitem que a janela para uma solução pacífica é curta. Uma avaliação interna da União Europeia estima que as próximas duas semanas serão decisivas. Isso porque, ao mesmo tempo que europeus tentam intermediar um cessar-fogo, os Estados Unidos acompanham de perto o desenrolar das conversas. Caso não haja progresso, cresce a possibilidade de um envolvimento militar direto de Washington no conflito.
Mais notícias


tarifaço
