Ministros do STF, Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia, durante julgamento da tentativa de golpe. Foto: Victor Piemonte/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reiterou, durante um aparte ao voto da ministra Cármen Lúcia, na sessão desta quinta (11) do julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe, que os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 não podem ser vistos como um episódio banal. 

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“Não foi um domingo no parque, não foi um passeio na Disney. Foi uma tentativa de golpe de Estado. Não foi combustão espontânea. Não eram baderneiros descoordenados, que, ao som do flautista, todos fizeram fila e destruíram as sedes dos Três Poderes”, enfatizou o ministro.

Moraes destacou que não é possível dissociar os ataques de Bolsonaro e de seus aliados à democracia, iniciados em 2021, dos eventos de 8 de janeiro. Ele também afirmou novamente que o ex-presidente atuou como líder da organização golpista e exibiu, durante a fala, um vídeo de um discurso de Bolsonaro contra o STF.

“Quem sempre foi, além de líder, um ponta de lança desse discurso populista, que caracteriza as novas ditaduras no mundo todo, foi Jair Messias Bolsonaro, para desacreditar o Poder Judiciário”, completou o ministro. 

As declarações contrastam com o voto do ministro Luiz Fux, que na sessão de quarta-feira (10) abriu divergência e absolveu Bolsonaro e cinco aliados, votando pela condenação apenas de Mauro Cid e do general Braga Netto pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito.

Para Fux, Bolsonaro “cogitou medidas e não aconteceu nada”. Ele classificou como “ilação” da Procuradoria-Geral da República (PGR) a suposta ligação entre o ex-presidente e os golpistas que depredaram as sedes do STF, Congresso e Palácio do Planalto. 

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