POLÍTICA MONETÁRIA

Ata do Copom diz que alta nas projeções de inflação é provocada por riscos fiscais

Por Marcelo - Em 28/09/2021 às 12:37 PM

O aumento dos preços de alimentos, combustíveis, energia e novos prolongamentos das políticas fiscais de combate aos efeitos da pandemia de Covid-19 levaram o Banco Central a manter a trajetória mais contracionista para a política monetária, para conter o avanço da inflação. A avaliação consta na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do BC, divulgada nesta terça-feira (28).

Banco Central realiza política monetária mais contida                                      Foto: Divulgação

Para o Copom, novos prolongamentos das políticas fiscais pressionam a demanda agregada (procura por bens e serviços) e pioram a trajetória fiscal, de comprometimento das contas públicas. “Apesar da melhora recente nos indicadores de sustentabilidade da dívida pública, o risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária”, diz a ata.

No encontro da semana passada, o Copom elevou a taxa básica de juros, a Selic, de 5,25% ao ano para 6,25% a.a. e já sinalizou que deve fazer um aumento da mesma magnitude na próxima reunião, em outubro, mantendo o ciclo de elevação da taxa de juros.

Esse foi o quinto reajuste consecutivo da Selic, que está no nível mais alto desde julho de 2019, quando estava em 6,5% ao ano. Para combater os efeitos da pandemia, em agosto de 2020 chegou ao menor nível da história, em 2% ao ano. De março a junho, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião.

Para decidir sobre a elevação, o comitê estabeleceu um cenário básico para a inflação, com as projeções em torno de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023. Esse cenário supõe trajetória de juros que se eleva para 8,25% ao ano em 2021 e para 8,50% a.a. em 2022, e reduz-se para 6,75% ao ano em 2023.

Com os dados, as projeções para a inflação de preços administrados, como combustível e energia, são de 13,7% para 2021 e 4,2% para 2022 e 4,8% para 2023. O Copom adotou ainda uma hipótese de bandeira tarifária de energia elétrica em “escassez hídrica” em dezembro deste ano e em “vermelha – patamar 2” em dezembro de 2022 e 2023.

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