TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Diretor do MDIC afirma que demanda por Hidrogênio Verde do Brasil é mundial

Por Marcelo - Em 21/07/2023 às 8:08 PM

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará e sua diretoria receberam, nesta sexta-feira (21), o diretor do Departamento de Descarbonização e Finanças Verdes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Marcelo Dourado, para falar sobre a implantação do Hub de Hidrogênio Verde (H²V) no Ceará, cuja maior infraestrutura será instalada na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém.

Marcelo Dourado quer garantir a regulamentação do projeto de H²V

Ele ressaltou que o principal desafio para a instalação do Hub, agora, é garantir a regulamentação do mercado de carbono no Brasil e das usinas eólicas offshore, que está em tramitação na Câmara dos Deputados, pois a demanda não é apenas do Estado e também do setor produtivo, com relação à transição energética para uma indústria de baixo carbono. “E essa demanda é também mundial, pois o planeta está aquecendo e a União Europeia, os Estados Unidos e a Ásia, notadamente a China, estão procurando o Brasil, para saber sobre a produção de energias renováveis e do Hidrogênio Verde”, afirma.

Dourado visitou, à tarde, a região do Pecém, para ver as condições de produção do combustível limpo, a fim de que possa ser exportado para o mundo. E salientou que o trabalho que vem sendo desenvolvido pela FIEC, em parceria com o Governo do Ceará neste setor, é extraordinário. “O Ricardo Cavalcante tem uma visão muito prática dos processos e as coisas têm de acontecer. E como dizia o Steve Jobs, ‘a melhor forma de você prever o futuro é realizá-lo agora’. O Ceará pode ser protagnista e induzir o País como um todo na produção dessa energia limpa e renovável, por meios das energias eólica, solar, de biomassa e do Hidrogênio Verde. O Ceará está no caminho certo, vejo um processo dinâmico – com a participação do setor público e privado nesse processo -e vejo que as coisas estão acontecendo e isso é muito importante”, destaca o diretor do MDIC.

Também elogiou a qualidade do banco de dados existente no Observatório da Indústria da FIEC e o ‘Corredor do Hidrogênio Verde’ entre os portos do Pecém e de Roterdã. “Tenho uma outra frase que diz que o acesso à informação é fundamental, pois ela gera formação, que gera a transformação dos atos concretos, que transformam a vida. O Observatório apresentado pelo Ricardo Cavalcante é um instrumento de uma riqueza e valor muito grande, que gera uma transformação para uma sociedade mais inclusiva, mais produtiva. A questão dos portos é fundamental, pois são os canais de exportação. Essa cooperações internacionais são fundamentais, como é o caso de Roterdã. O Brasil tem que consolidar esses vínculos comerciais, econômicos e sociais, pois uma coisa é o discurso, mas outra é a prática. E o Ceará partiu na frente com o ‘Corredor de Hidrogênio Verde’ e é mais do que provável que esse acordo seja ampliado para outros países, pois a Europa, os Estados Unidos e a Ásia estão ansiosos pela produção brasileira do Hidrogênio e não podemos perder essa oportunidade. O Brasil tem um papel importantíssimo nesse processo, tanto para incentivar o mercado interno como na produção para o mercado externo”, completa Marcelo Dourado.

Prioridade

Salmito Filho e Ricardo Cavalcante acham o projeto de H²V prioritário

O presidente da FIEC destacou que deve ir a Brasília na próxima semana para defender a assinatura de uma Medida Provisória sobre a questão do H²V, pois ela entra em vigor na data de sua publicação. “É uma solicitação nossa. Tem um projeto de lei do atual presidente da Petrobras na área das usinas eólicas offshore que está tramitando na Câmara Federal e a gente quer é tentar fazer com que a forma mais rápida de aprovação possa acontecer. Temos trabalhado em todas as frentes. Mas neste momento o importante é a regulamentação, pois as empresas precisam levantar recursos – aqui ou no exterior – garantindo a segurança jurídica“, explica Ricardo Cavalcante.

Já o secretário de Desenvolvimento Econômico do Ceará ressaltou que o Brasil precisa ter um plano nacional para o Hidrogênio Verde. “Precisamos de uma regulamentação, metas claras, um cronograma objetivo, com urgência. Acreditamos que o projeto do H²V não é mais um projeto do futuro, mas sim do presente. E é, talvez, um dos principais vetores para a reindustrialização do Brasil, que é um dos compromissos do presidente Lula. E é importante lembrar que o Governo do Ceará vem fazendo o dever de casa, desde o ex-governador Camilo, e o governador Elmano de Freitas abraça essa proposta como estratégica para o Ceará. Ele é o presidente da Câmara Técnica do Consórcio Nordeste sobre energias renováveis e Hidrogênio Verde, além de estar integralmente comprometido em fazer com que esses projetos se tornem realidade e tragam importantes oportunidades para a população cearense. Essa parceria entre os complexos industriais e portuários do Pecém e Roterdã é estratégica para a produção e exportação do Hidrogênio Verde”, afirma Salmito Filho.

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