ECONOMIA
FIEC não aceita reajuste de energia que foi suspenso temporariamente pela Aneel
Por Marcelo - Em 15/04/2020 às 1:38 PM
A FIEC é contrária à suspensão temporária dos reajustes das tarifas de energia elétrica que entrariam em vigor no próximo dia 22, para consumidores dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia, pelo menos até 20 de junho. No entendimento do setor produtivo cearense, todo o processo deveria ser realizado novamente.
“Afinal, o momento é altamente inoportuno para se falar em reajustes. O Setor Produtivo está debruçado em questões tais como superar estes momentos tão difíceis. Jamais iria pensar em ter que pagar uma energia mais cara daqui a 90 dias”, destaca o documento da entidade, presidida pelo industrial Ricardo Cavalcante.
O reajuste tarifário aprovado para a Enel, no caso da alta tensão (indústrias) foi de 3,78% e a Aneel decidiu suspender, temporariamente, devido à pandemia de coronavírus que vem atingindo todo o Brasil. Já no caso dos consumidores residenciais B1 a alta aprovada foi de 3,06%, e de média tensão chegou a 4%.
A FIEC alega que o setor produtivo cearense tem sido drasticamente afetado pela paralisação das atividades, com exceções de alguns segmentos que estão autorizados a trabalhar. E destaca que não recebeu as planilhas com as propostas de reajuste, conforme consta em regulamentação da própria Aneel.
“Os enormes impactos já relatados, que afetam substancialmente o setor produtivo cearense, são confirmados pela redução de 17% no consumo de energia nos dias úteis no Ceará, no período de 19/03 a 05/04, comparados com o período de 27/02 a 18/03, em intensidades muito superiores à Região Nordeste (-14,3%) e ao Brasil (-11%) nos mesmos períodos”, informa a FIEC.
Os industriais cearenses, tendo à frente o presidente Ricardo Cavalcante, encaminharam uma carta (nº 050/2020) à Enel, solicitando algumas medidas emergenciais, como o faturamento pela demanda registrada; não suspensão do fornecimento de energia por falta de pagamento; parcelamento de faturas vencidas; suspensão de multas e atualizações monetárias por atraso, entre outras.
A Enel respondeu dizendo que as ações sugeridas não estão atualmente contempladas na regulamentação vigente e que os pleitos foram encaminhados para a apreciação do Comitê de Crise que inclui a Aneel, MME e distribuidoras de energia.
“Por tudo isso, consideramos este reajuste anunciado pela Aneel, para os consumidores de energia do Ceará, como inadequado e altamente inoportuno. Mesmo assim, ainda existe tempo hábil para ser revisado, revisto e revogado, por estar a 90 dias da aplicação, e não trazer mais um peso adicional a ser carregado nestes momentos tão difíceis”, completou o documento da FIEC.