
reforma tributária
Haddad defende reglobalização sustentável e tributação de super-ricos em reunião de ministros do Brics
Por Marlyana Lima - Em 06/07/2025 às 2:50 AM

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad esteve reunido com representantes dos BRICS – Foto: Washington Costa/MF
Durante a abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics, neste sábado (5), no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, propôs uma nova abordagem para o cenário econômico global: uma “reglobalização sustentável”, centrada no desenvolvimento social, econômico e ambiental da humanidade. Em um discurso firme e ambicioso, Haddad também voltou a defender a tributação dos super-ricos como instrumento de justiça e equilíbrio global.
“É hora de uma nova aposta na globalização, dessa vez baseada no bem-estar coletivo e no respeito às necessidades da maioria”, declarou Haddad. “O Brics, por representar quase metade da população mundial, é o fórum mais legítimo para liderar essa transformação”, defendeu.
O ministro manifestou apoio à proposta de criação de uma Convenção-Quadro da ONU sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária, voltada à criação de um sistema tributário mais justo, inclusivo e eficaz. “É chegada a hora de os super-ricos do mundo pagarem sua justa contribuição em impostos”, afirmou.
Multilateralismo
Haddad relembrou o protagonismo do Brasil na presidência do G20, destacando a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a ênfase no multilateralismo como resposta coletiva às crises globais. “Não há solução individual para os desafios contemporâneos. Nenhum país, por mais poderoso que seja, pode enfrentar sozinho o aquecimento global ou garantir uma vida digna para todos”, afirmou.
Segundo ele, pensar em ilhas de prosperidade exclusivas em meio à “policrise” mundial é não apenas ineficaz, mas moralmente inaceitável.
Brics e transição ecológica
Haddad também destacou os avanços do Brics em relação à transição ecológica, ressaltando os esforços para desenvolver instrumentos inovadores de financiamento verde. Entre eles, mencionou as discussões para a criação do Tropical Forests Forever Facility (TFFF) — um fundo global voltado à preservação de florestas tropicais e à promoção de economias de baixo carbono.
“Estou convencido de que o Brics pode ter um papel decisivo na criação desse fundo, com um anúncio de impacto durante a COP30”, disse o ministro. Ele reforçou que países historicamente mais poluentes devem assumir maior responsabilidade no financiamento climático.
Sob a presidência do Brasil, a 17ª Cúpula do Brics ocorre nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. O bloco hoje reúne 11 países membros permanentes — incluindo, além dos fundadores (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia — e diversos países parceiros.
Mais notícias


Música e memória
