Houve um aumento na busca por mão de obra temporária FOTO: CNI/José Paulo Lacerda

O índice dos gerentes de compras (PMI) da indústria brasileira registrou 50,7 pontos em janeiro, ligeiramente acima dos 50,4 pontos de dezembro, segundo dados divulgados pela S&P Global. Embora o número indique uma leve recuperação em relação ao mês anterior, a análise aponta que o setor industrial permaneceu estagnado no início de 2025. Desafios fiscais, altas taxas de juros e a instabilidade cambial continuam a pressionar os custos de produção.

O crescimento dos novos pedidos foi o mais fraco dos últimos 13 meses, e os prazos de entrega aumentaram, refletindo a demanda limitada. Ao mesmo tempo, houve um aumento na busca por mão de obra temporária, o que, segundo a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna De Lima, representa uma resposta cautelosa dos fabricantes diante da incerteza econômica. Ela ressaltou que, apesar do aumento no emprego temporário, as empresas permanecem hesitantes, aguardando sinais mais claros sobre a viabilidade de um crescimento econômico sustentável.

As vendas fracas de janeiro também impactaram os estoques, que registraram uma queda tanto nos níveis de pré-produção quanto de pós-produção, com a primeira categoria apresentando redução mais acentuada.

Apesar dos desafios, os fabricantes demonstraram um otimismo cauteloso quanto ao futuro, apontando que o desenvolvimento de novos produtos, oportunidades de exportação e melhorias em setores como o agrícola, automotivo e de construção podem contribuir para uma recuperação. Contudo, se os custos elevados e a demanda fraca persistirem, o risco de uma retração econômica se mantém.