MITIGAÇÃO DE RISCOS

Roque Pellizzaro afirma que informações e gestão são fundamentais para o varejo

Por Marcelo - Em 17/03/2022 às 9:10 PM

O presidente do Conselho de Administração do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Júnior, participou do almoço de diretoria da CDL de Fortaleza, nesta quinta-feira (17), afirmando que, atualmente, a informação é uma das principais ferramentas para que os empresários do varejo possam mitigar os riscos e seguir adiante com seus negócios.

Ele destacou que o papel das CDLs e do SPC Brasil, no atual cenário é levar a informação, seja dos clientes através do SPC, como está o comprometimento desse cliente, qual o seu orçamento livre, qual o risco de não pagamento em relação ao crédito que está tomando, e informações mercado, treinamentos, gestão, para os empresários”, disse.

Pellizzaro afirmou que, hoje, os países estão muito interdependentes                Foto: Divulgação

Ressaltou que há dois tipos de empresários, o corajoso e o louco. O primeiro é aquele que conhece o risco, mitiga esse risco e resolve seguir em frente. “O louco é o que não olha, não sabe do risco, ele simplesmente vai. E é aí que muitos negócios morrem prematuramente. Quem tem informações toma decisão, que não tem segue às cegas”, afirmou.

Pellizzaro lembrou que as pessoas tomam decisões baseadas na realidade que enxergam e, portanto, se têm uma renda familiar de R$ 5 mil mensais e R$ 4 mil são comprometidos com o custo fixo, sobram R$ 1 mil para comprometimentos futuros, como a compra de um carro, a reforma da casa.

“Mas com a inflação, ao invés de R$ 1 mil, passam a ter R$ 500,00 e aí têm dificuldades de honrar seus pagamentos. Orientamos que elas procurem o credor e alonguem essa dívida, antes de ficarem inadimplentes. Assim melhoram o score de crédito, continuam como bons pagadores e terão mais acesso ao crédito lá na frente. Tenho certeza que qualquer credor vai renegociar a dívida, porque ele não quer nem perder o dinheiro, nem perder o cliente”, salientou.

Liquidez

Explicou que a inflação que estamos vivenciando é mundial e teve vários fatores, como a injeção de dinheiro que praticamente todos os países fizeram nas suas economias, aumentando a liquidez dos mercados, para manter as pessoas e as empresas vivas. E isso era um risco calculado.

“Aí veio uma crise de escassez pontual de alguns produtos no mercado internacional, decorrentes principalmente da logística, que se somou à situação anterior, que foi sentida no mundo todo. Agora veio a guerra na Ucrânia, trazendo um problema sério em várias commodities, principalmente no petróleo, e isso contamina as cadeias produtivas. Mas não existe nenhuma medida que o Banco Central, que ontem aumentou a Selic e isso era necessário para reduzir a liquidez, possa tomar para conter a alta do petróleo”, ressaltou.

Disse ter uma expectativa com relação aos fertilizantes, pois o Brasil é um grande país agrícola, o que impacta fortemente na economia. “Esta é a primeira guerra em que agentes de grande porte estão brigando, num mundo totalmente interdependente. Precisamos cada vez mais dos outros países para manter a nossa atividade. E é esse desarranjo que vem elevando os preços”, comentou.

E para os lojistas do Ceará afirmou que devem ter conhecimento e fazer uma gestão, efetivamente, nas suas empresas. “Mas também passar isso para os seus colaboradores e demais associados, que a informação e a gestão são as maneiras de evitar qualquer desperdício, que vai fazer falta ali na frente”, completou Roque Pellizzaro.

Fidelidade

O presidente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante, agradeceu a presença de Roque Pellizzaro e destacou que os bancos estão brigando muito com relação às taxas de juros, devido ao open banking, que proporciona mais opções para os consumidores. Tanto que muitas pessoas mudam suas operações para outros bancos, onde têm taxas menores.

E destacou que o crediário, para os varejistas, é fundamental. “Outrora se vendia mais no crediário, pois não haviam os cartões de crédito. Mas uma coisa muito relevante é a visita do cliente à loja, para fazer o pagamento do carnê. Assim cria um relacionamento com as equipes, aumentando a possibilidade de vendas, de fidelidade daquele consumidor”, salientou Assis Cavalcante.

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