IMPORTAÇÕES

Tarifas de Trump afetam consumidor final com aumento de preços em alimentos, vestuário e automóveis

Por Redação - Em 03/02/2025 às 11:58 AM

O impacto das tarifas poderia resultar em um custo adicional de aproximadamente US$ 835 por pessoa

As tarifas de 25% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos do Canadá e do México, e de 10% sobre produtos da China, devem impactar principalmente os consumidores americanos, com aumento de preços em diversos itens. As empresas que importam esses produtos serão obrigadas a absorver custos mais altos, repassando pelo menos parte dessas despesas aos consumidores.

De acordo com estimativas do ING, no pior cenário, em que 100% das tarifas são repassadas, o impacto poderia resultar em um custo adicional de aproximadamente US$ 835 por pessoa, ou US$ 3.242 para uma família de quatro. Esse aumento não seria imediato, mas, ao longo do tempo, pode reduzir o poder de compra dos consumidores, avaliam economistas.

As tarifas entram em vigor a partir das 12h01 de terça-feira (4) e devem afetar principalmente as importações de alimentos, bebidas e autopeças. O México é responsável por fornecer metade dos legumes e 40% das frutas consumidas nos EUA, incluindo pimentões, pepinos, abóbora e, especialmente, avocados. Além disso, o país é o principal fornecedor de tequila e mescal. O Canadá, por sua vez, também é um importante fornecedor de bebidas destiladas, como uísque e licores, e autopeças, com cerca de 50% das peças de veículos montados nos EUA vindo dos dois países.

O setor automotivo será um dos mais afetados, já que o Canadá e o México são responsáveis por quase metade das importações de autopeças dos EUA. Produtos específicos, como airbags e cintos de segurança, também são amplamente importados dos vizinhos norte-americanos.

No setor de vestuário, a China responde por cerca de 30% das importações de roupas dos EUA, e a Bloomberg Intelligence estima que os preços possam subir até 2% para as marcas que mais dependem do fornecimento chinês. Algumas empresas já começaram a reduzir seus pedidos da China, como a Steven Madden, que planeja diminuir sua produção no país em 40% nos próximos 12 meses.

As tarifas sobre o México e o Canadá são vistas como uma resposta de Trump ao que considera falhas na cooperação entre os três países para conter o fluxo de migrantes ilegais e drogas. As importações do Canadá dominadas por petróleo e automóveis não sofrerão a tarifa total de 25%, mas terão uma tarifa reduzida de 10%. Produtos como telefones celulares, aparelhos domésticos e brinquedos, provenientes da China, também terão seu custo aumentado.

As autoridades da Casa Branca disseram que as tarifas sobre a energia, como o petróleo e a eletricidade, foram ajustadas para minimizar o impacto nos preços da gasolina e do óleo para aquecimento doméstico.

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