PESQUISA FECOMÉRCIO-CE

Taxa de inadimplência revela redução de 5,1 pontos no primeiro bimestre do ano

Por Marcelo - Em 15/02/2023 às 11:56 AM

A pesquisa de endividamento do consumidor de Fortaleza, realizada no primeiro bimestre de 2023, revela que 75,4% dos consumidores da capital cearense possuem algum tipo de dívida. Este resultado, mostra um aumento de 2,4 pontos percentuais quando comparado com o bimestre encerrado em dezembro, de 73,0%, mas levemente abaixo do observado no mesmo período do ano passado (75,5%). O estudo é realizado pela Fecomércio-CE, através do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Ceará (IPDC).

Cartões são o instrumento de crédito mais usado pelos consumidores              Foto: Divulgação

Já a proporção de consumidores com contas ou dívidas em atraso teve diminuição de 5,1 pontos percentuais, passando de 27,3%, no quarto bimestre de 2022, para 22,2% no atual período. As dificuldades em honrar os compromissos financeiros afetam mais os homens (23,3% dos entrevistados desse grupo afirmaram possuir contas em atraso), os consumidores do estrato com idade entre 25 e 34 anos (25,4%) e da classe com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (22,8%).

O tempo médio de atraso é de 69 dias e a principal justificativa para o não pagamento das dívidas é a necessidade de se adiar a quitação, para uso dos recursos em outras finalidades, com 50,0% das respostas. O segundo motivo mais mencionado é o desequilíbrio financeiro, citado por 44,3% dos entrevistados, seguido da contestação das obrigações (4,6%) e da perda de prazo por esquecimento (4,2%).

Comprometimento

O consumidor de Fortaleza está comprometendo, em média, 42,4% da renda familiar com o pagamento das dívidas – exatamente o mesmo resultado do último semestre encerrado em dezembro de 2022 -, mas ainda superior à média histórica do indicador, de 35,0%. Os instrumentos de crédito mais utilizados são: cartões (81,2%); financiamento bancário de veículos, imóveis, outros (14,5%); empréstimos pessoais (11,2%); carnês e crediários (4,6%), e cheque especial, com 1,5% das respostas.

A pesquisa mostra que são os gastos correntes os principais responsáveis pelo endividamento, com destaque para a compra de alimentos a prazo (citado por 57,4% dos consumidores entrevistados), a aquisição de itens de vestuário (33,3%), a cobertura de despesas de saúde (22,1%) e o pagamento de aluguel residencial (21,3%). O valor médio das dívidas é de R$ 1.712,00 e com prazo de oito meses.

A taxa de inadimplência potencial – consumidores que não terão condições de honrar seus compromissos -, teve uma redução de 2,4 pontos percentuais, atingindo o patamar de 9,1% no primeiro bimestre deste ano. O índice também mostra melhoria com relação a igual período de 2022, quando foi mensurado em 10,3%. O perfil do consumidor inadimplente é superior entre o sexo masculino (10,1%), do grupo com idade acima dos 35 anos (9,4%) e do estrato com renda familiar mensal inferior a cinco salários mínimos (9,3%).

Orçamento

A pesquisa ainda revela que 78,1% dos consumidores de Fortaleza afirmam fazer orçamento mensal e acompanhamento eficaz dos seus gastos e rendimentos, o que contribui para um melhor controle dos níveis de endividamento. Dos entrevistados, 10,9% relataram que fazem orçamento dos rendimentos, mas sem controle eficaz dos gastos e 11,0% informaram não possuir orçamento e tampouco controle dos gastos. A falta de planejamento orçamentário é um problema crítico para o controle do endividamento, estando sempre entre um dos principais motivos para o atraso ou inadimplência na capital cearense.

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