INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Uso da Inteligência Artificial terá fortes impactos nas atividades profissionais

Por Marcelo - Em 01/09/2020 às 9:42 AM

Um dos temas de maior preocupação nas discussões sobre Inteligência Artificial (IA) são os impactos que a tecnologia pode ter nas atividades profissionais. Pesquisas apontam para previsões e tendências diversas, desde as que indicam riscos de substituições de muitos postos de trabalho a outras que defendem um efeito positivo com a criação de novas ocupações.

Indústria 4.0 deve achar o equilíbrio entre o humano e o artificial                 Foto: Divulgação

Em meio às divergências, ganha força o consenso de que se para o bem ou para o mal, a IA mudará parte das profissões como as conhecemos e demandará a requalificação dos trabalhadores. As análises variam e tratam também do emprego da Inteligência Artificial combinada com outras tecnologias como automação.

Na adoção de IA nas atividades econômicas, uma das aplicações intimamente relacionadas é a robótica. Embora nem toda máquina deste tipo funcione com um sistema inteligente, os dois domínios tecnológicos vêm crescendo e sendo empregados de forma articulada, especialmente nas linhas de montagem na indústria.

Essa atuação conjunta é impulsionada pelo aumento do número de robôs. Segundo a federação internacional da área, entre 2012 e 2018, o número de unidades fabricadas anualmente quase triplicou, saindo de 150 mil para 430 mil ao longo do período.

As previsões sobre o potencial da Inteligência Artificial e de tecnologias associadas sobre os empregos variam bastante conforme os estudos. Um dos mais notórios, dos pesquisadores Carl Frey e Michael Osbourne, divulgado em 2013, apontava 47% dos empregos nos Estados Unidos como passíveis de substituição por máquinas inteligentes. Outro estudo, dos pesquisadores Melanie Arntz, Terry Gregory e Ulrich Zierahn, em 2016, estimou que o potencial de substituição seria de apenas 9%.

Relatório da consultoria McKinsey de junho do ano passado estima um equilíbrio no saldo de empregos até 2030, com perdas de 20% e ganhos na mesma proporção, com pequenas variações. Contudo, se a diferença nominal não se alterar, as mudanças devem ser robustas. Entre 40 e 160 milhões de mulheres e 60 e 275 milhões de homens podem ter que mudar de ocupação, no planeta.

Uso de robôs dimunui a participação humana nos processos fabris

Outro estudo da consultoria, ouvindo gestores de diversos países em novembro de 2019, identificou uma previsão maior de redução (34%) do que ampliação (21%) dos seus postos de trabalho na estimativa desses empresários. Outros 28% preveem uma alteração não muito representativa (com variação de cerca de 3%).

Em relatório de 2018, o Fórum Econômico Mundial, apoiador dos aspectos positivos do que chama de 4ª Revolução Industrial, pontua a Inteligência Artificial como um dos quatro fatores de mudança do trabalho – além da conectividade móvel, coleta massiva de dados e computação em nuvem.

Metade dos empresários ouvidos no documento previu mais perdas do que ganhos em número de empregos. Enquanto em 2018 a proporção em tarefas humanas e desempenhadas por máquinas era de 71% para 29%, a expectativa era que em 2022 essa diferença caísse para 58% a 42%. Mas na projeção consolidada as transformações ensejariam um saldo positivo até 2022 de 58 milhões de postos de trabalho.

Entre os que postulam uma visão mais otimista do impacto da IA no trabalho, a adaptação dos trabalhadores envolveria a aquisição de habilidades híbridas. Paul Daugherty e James Wilson, autores do livro “Humano + Máquina”, elencam algumas delas, como trabalhar o tempo sob perspectiva humana, a integração das decisões prevalecendo a do indivíduo, identificação de formas de potencializar a ajuda das máquinas, aproveitamento dos dispositivos como extensões do corpo e estímulo ao aprendizado dos sistemas.

Uma das preocupações com o trabalho em inteligência artificial envolve a crescente demanda e o déficit atual desses profissionais. Na Europa, o cálculo era que faltavam 600 mil trabalhadores em carreiras relacionadas a tecnologias da informação e comunicação. Há, também, uma disputa pelos talentos. O que pode gerar muitas oportunidades para quem buscar a melhoria da sua qualificação. (Agência Brasil)

Mais notícias

Ver tudo de IN Business