Arte e cultura

Exposição ‘Brasil Futuro: as Formas da Democracia’ é inaugurada em Brasília no dia da posse de Lula

Por Viviane Ferreira - Em 04/01/2023 às 1:48 PM

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A beleza da democracia agora tem um local especial para ser apreciada nas suas mais diversas cores e formas durante a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A exposição “Brasil Futuro: as Formas da Democracia” foi aberta em 1º de Janeiro no Museu Nacional da República, completando o trio de eventos que marcaram as festividades do dia em Brasília, ao lado das cerimônias formais da posse e do Festival do Futuro.

Obras de mais de uma centena de artistas visuais brasileiros de diferentes gerações, raças, gêneros e regiões do país estarão reunidas, formando um conjunto que representa os desafios da nossa democracia, a utopia do nosso projeto de presente e sonho de futuro.

 

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Obra de Dayara Tukano: a presença indígena na arte – (crédito: Dayara Tukano)

É uma exposição para retomar nossa relação com a diversidade do povo brasileiros e com as muitas formas de lutas por direitos. Uma oportunidade de olhar o que vivemos e projetar o que ainda vamos viver a partir de um ponto de vista que reflete sobre os desencontros e tensionamentos históricos, ao mesmo tempo em que valoriza o espírito de união e o desejo de reconstrução do nosso país.

A curadoria é da historiadora Lilia Schwarcz, do arquiteto Rogério Carvalho, ex-curador dos acervos dos palácios do Planalto e Alvorada, e do secretário de Cultura do PT, Márcio Tavares, com a contribuição do ator Paulo Vieira.

A exposição ficará aberta para visitação gratuita do dia 2 de janeiro até 26 de fevereiro, sempre de terça a domingo, das 9h às 18h30.

Brasil futuro: as formas da democracia traz trabalhos que desafiam formal e historicamente, e, em seu conjunto, os limites da nossa democracia.

A exposição será dividida em três núcleos:

Retomar símbolos
Todo país se imagina a partir de uma série de símbolos e emblemas – como a bandeira, o hino, as armas e os selos nacionais – que costumam aglutinar, na base da emoção, um passado comum e uma utopia no tempo presente. Por isso, eles dizem respeito à sociedade como um todo e não podem ser sequestrados por um grupo ou setor.

É na sua união, mas também na sua diversidade que tais representações patrióticas ganham sentido e amplitude. Nesse núcleo apresentamos releituras da bandeira nacional, símbolo máximo da nacionalidade, a partir da experiência de diferentes grupos, que, coletivamente, refazem suas identidades a partir de elementos e representações comuns.

A experiência democrática carrega um ideal de extensão da cidadania cuja ênfase recai sobre o direito de participar e opinar. Essa é uma espécie de franquia da cidadania que precisa se orientar sempre pelo critério de inclusão.

Descolonizar
Durante muito tempo a história brasileira foi contada a partir de uma única experiência europeia, masculina e colonial. Nesse núcleo, o tema da diversidade e da democracia aparecem expressos a partir da experiência de artistas provenientes de diferentes formações, raças, gerações, regiões, gênero e sexo.

A questão da política tradicional é igualmente questionada, tendo em mente diferentes momentos do passado autoritário do país. Se não restam dúvidas acerca da importância da imigração europeia e de seu papel central na formação do país, é preciso l também tratar dos muitos silêncios da nossa narrativa nacional. Lembrar de não esquecer!

Somos nós
É na diversidade que reside a riqueza do Brasil. No entanto, o país ainda luta com uma desigualdade estrutural e com uma democracia que acomoda secularmente persistente exclusão social.

Esse núcleo apresenta um retrato plural e vivo desse país, que precisa de um novo pacto pela democracia – conhecido como um regime que se pauta na capacidade de se autogovernar entre iguais.

Que o poder do povo seja soberano e que a democracia reine como um modo de vida e uma forma de estar em sociedade.

 

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