
Pressão externa
Calçados importados ganham espaço no Ceará e desafiam a indústria local
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 19/05/2025 às 6:00 PM

A principal origem das importações é a China, que respondeu por 93% do total negociado no quadrimestre, com US$ 4,3 milhões em produtos enviados ao estado Foto: Freepik
Tradicional reduto da indústria calçadista nacional, o Ceará tem assistido a um movimento incômodo em sua balança comercial: o avanço das importações de calçados. De janeiro a abril deste ano, o estado importou US$ 4,6 milhões em pares estrangeiros — um salto de 42,1% em relação ao mesmo período de 2024, o que representa um acréscimo absoluto de US$ 1,3 milhão.
O dado, extraído da plataforma Comexstat, do Governo Federal, acende um alerta entre os produtores locais, sobretudo diante da forte presença do Ceará no cenário nacional de fabricação e exportação de calçados.
A principal origem das importações é a China, que respondeu por 93% do total negociado no quadrimestre, com US$ 4,3 milhões em produtos enviados ao estado — frente aos US$ 2,8 milhões registrados no mesmo período do ano anterior.
Predominância asiática e queda dos EUA
O Vietnã aparece como segundo maior exportador de calçados ao Ceará, com US$ 136,5 mil, seguido pelos Estados Unidos (US$ 65,6 mil), Colômbia, Hong Kong, Japão e Camboja. Os EUA, aliás, reduziram pela metade sua participação no comparativo anual.
No Brasil, o cenário também preocupa. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), o país importou em abril 3,6 milhões de pares, com desembolso de US$ 46,6 milhões. Em relação ao mesmo mês do ano passado, os aumentos foram de 41,2% em volume e de 69,3% em receita.
Embora o Ceará ainda se mantenha como uma das principais potências calçadistas do país, a concorrência internacional mais agressiva e o crescimento expressivo das importações podem pressionar margens, afetar a competitividade das fábricas locais e exigir novas estratégias do setor produtivo — que já convive com desafios como custos logísticos, tributação e volatilidade cambial.
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