Transformação Digital

Tokenização deve impulsionar setor imobiliário a US$ 4 trilhões até 2035

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 29/04/2025 às 7:00 AM

Tokenização De Imóveis Foto Reprodução

A tokenização permite que imóveis físicos sejam divididos em pequenas frações digitais, os chamados tokens, registrados em blockchain Foto: Reprodução

A blockchain vem redesenhando setores tradicionais da economia — e o mercado imobiliário é um dos que já sentem seus efeitos. Segundo projeção da Deloitte, a tokenização de imóveis deve movimentar US$ 4 trilhões em ativos até 2035, impulsionando liquidez e acesso ao mercado.

A tokenização permite que imóveis físicos sejam divididos em pequenas frações digitais, os chamados tokens, registrados em blockchain. Esse processo facilita o investimento para um número maior de pessoas, reduz a necessidade de intermediários e acelera as transações, trazendo maior rastreabilidade e segurança.

A expectativa é que o setor avance a uma taxa média de 27% ao ano até 2035, transformando um mercado historicamente lento em um ambiente mais ágil e conectado à nova economia digital.

Mudança de perfil e novos ativos

A pandemia também ajudou a acelerar essas mudanças. Imóveis comerciais subutilizados passaram a ser convertidos em data centers e habitações sustentáveis, refletindo uma demanda mais diversificada dos investidores. “Os investidores agora buscam um acesso direcionado a esses novos ativos”, afirma Chris Yin, da Plume Network.

Esse movimento insere o mercado imobiliário tokenizado na mesma lógica dos chamados Real World Assets (RWAs) — ativos reais como ouro digital e stablecoins, que vêm se consolidando como alternativas de estabilidade em meio à volatilidade do mercado cripto.

Apesar do potencial, especialistas alertam para os desafios. Um deles é a adaptação regulatória. “A demanda geralmente precede a clareza regulatória”, observa Yin. A falta de padronização entre Estados Unidos, Europa e Ásia ainda dificulta uma expansão global mais uniforme.

Além disso, ainda que a blockchain torne as transações mais eficientes, ela não elimina totalmente a baixa liquidez que caracteriza o mercado imobiliário. “O mercado imobiliário tokenizado não deveria ser a prioridade da blockchain”, pondera Michael Sonnenshein, da Securitize.

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