Com o objetivo de treinar os agentes comunitários de endemias (ACEs) que atendem as regiões serranas do município sobre manejo e controle de Leishmaniose Visceral, o calazar, a Secretaria Municipal de Saúde de Caucaia (SMS) e o Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (IMAC) realizaram um convênio com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para o treinamento de suas equipes de agentes de endemias e zoonoses. A capacitação teve uma carga horária total de 40 horas e trata-se de uma iniciativa inédita da Prefeitura de Caucaia, no Ceará.

Treinamento com técnicos da Fiocruz foi de grande relevância

Debater as estratégias de prevenção da doença, além de fortalecer as ações de educação permanente dos profissionais de saúde do município são alguns dos pontos abordados. Os técnicos Artur Velho e Adilson Almeida, da Fiocruz Rio de Janeiro, e Giovanny Mazzarotto, da Fiocruz Ceará, ministraram a capacitação. “A ideia é aumentar o número de técnicos capazes de fazer não só o diagnóstico, mas também o controle, para então subsidiar políticas públicas junto aos gestores do município”, revela Giovanny. “São esses profissionais que, de fato, precisam dessa capacitação pois são eles que são as primeiras barreiras e conhecem as especificidades de cada comunidade, muitas vezes até mesmo de cada família”, completa Artur.

Diferencial

Ainda de acordo com os técnicos, que realizam capacitações semelhantes em todo o Brasil, o município de Caucaia se destaca pela união de dois órgãos estratégicos para a promoção da saúde, seja animal ou humana, na capacitação de profissionais. “Eu queria reforçar que o diferencial foi esse trabalho do Instituto do Meio Ambiente junto com a Secretaria de Saúde, algo que não observei em outros municípios. Saúde animal anda junto com a saúde humana, que anda junto com o meio ambiente. Então, vocês estão indo no caminho certo”, finaliza Giovanny.

Ao todo, 40 profissionais, que estão vinculados ao Núcleo de Endemias e Zoonoses da SMS de Caucaia participaram do curso. Marquezan Rocha, coordenador de Endemias e Zoonozes do Município, falou sobre a importância dessa qualificação. “Esse treinamento, ministrado pelos profissionais da Fiocruz, é muito relevante para os nossos agentes de endemias, pois implica diretamente na ação preventiva da doença”, afirma.

De acordo com Leandro Araújo, presidente do IMAC, agora os profissionais devem replicar as técnicas aprendidas em outras áreas de serra no município. O objetivo é criar um cinturão de monitoramento da região de serra. “É a primeira vez que existe uma parceria institucional entre esses três órgãos. No Ceará é uma inovação. É a primeira iniciativa para que se monte um cinturão de monitoramento nas serras e nas bases das serras do município, que são potenciais locais de eclosão desse tipo de doença”, enfatiza.