INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

Robô movimenta 300 processos em 40 minutos e acelera trabalho no Judiciário

Por Marcelo - Em 18/01/2022 às 7:06 PM

A tecnologia chegou ao Poder Judiciário estadual para auxiliar os serviços de magistrados e servidores, proporcionando assim uma Justiça mais ágil e eficiente. As 5ª e 6ª Turmas Recursais da Comarca de Fortaleza, há cerca de um ano, contam com o auxílio de um robô no desempenho de tarefas. Trata-se de um programa de leitura de planilhas para execução de atividades repetitivas. Com a ferramenta, é possível movimentar uma média de 300 processos em 40 minutos, o que levaria cerca de três horas para ser realizado manualmente por um servidor.

Robô agiliza o trabalho de servidores e magistrados do TJCE                             Foto: Divulgação

Atualmente, o robô desenvolve cinco tarefas distintas, sendo quatro delas voltadas para serviços de secretaria, enquanto uma é de uso exclusivo dos magistrados. Entre as atividades, ele auxilia na introdução de processos na relação de julgamentos, permitindo a inclusão de 225 ações em 22 minutos, o que levaria mais de quatro horas para ser realizado manualmente. A tecnologia também atua na assinatura de processos para juízes titulares. O robô consegue assinar 30 acórdãos em seis minutos.

A auxiliar operacional das Turmas Recursais, Vittoria Cunha da Costa, explicou que a inovação não substitui o trabalho dos servidores. “Ele auxilia, complementa e aprimora os serviços, executando tarefas mecânicas e repetitivas, liberando o servidor para atividades mais complexas e que efetivamente dependam de análise humana. Dessa forma, possibilita o aumento da velocidade de tramitação dos feitos, proporcionando uma Justiça mais célere para o jurisdicionado”.

Ela também acrescentou que a tecnologia ajuda a dirimir problemas de saúde que o servidor adquire com a execução de atividades repetitivas. “Além de destacar servidores para trabalhos intelectualmente mais relevantes, a tecnologia contribui prevenindo doenças funcionais, como Lesões por Esforço Repetitivo (LER), impedindo também erros inerentes à atividade humana, afinal de contas, o robô não fica com a vista cansada, não sofre com a concorrência cognitiva de demandas paralelas e não interrompe a atividade para atender a quaisquer necessidades físicas”.

A atuação do robô, que por votação foi apelidado de “Clóvis”, não interfere no trabalho desenvolvido pelo servidor, pois o programa roda numa janela do seu navegador, que pode ser minimizada sem interferir na execução. Dessa forma, o servidor prossegue com suas atividades numa janela paralela. As diversas aplicações do robô são fruto do Programa Cientista Chefe, uma iniciativa da Funcap. No Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), o cientista-chefe é o professor Vasco Furtado, da Unifor, instituição que fornece alguns de seus estudantes como os demais pesquisadores para este projeto.

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