O motor dessa aceleração foi, sobretudo, a indústria. No Ceará, o setor cresceu 10,7% no ano, mais do que o triplo da variação observada no Brasil (3,3%) Foto Freepik

Com uma alta de 6,5% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, o Ceará registrou o maior avanço econômico desde 2010, segundo a mais recente edição da pesquisa Cenários Econômicos, elaborada pelo Observatório da Indústria da Federação das indústrias do Ceará (Fiec).

O desempenho não apenas superou a média nacional, que foi de 3,4%, como também colocou o estado no topo do ranking entre as unidades da federação que divulgaram estimativas.

O motor dessa aceleração foi, sobretudo, a indústria. O setor cresceu 10,7% no ano, mais do que o triplo da variação observada no Brasil (3,3%), com destaque para segmentos como têxtil, confecção, couro e calçados, metalurgia e produtos de metal. A produção física industrial também apresentou números expressivos, com avanço de 6,9% — o melhor resultado desde 2014.

Expansão segue, mas com ajustes no radar

Embora os dados do primeiro trimestre de 2025 indiquem continuidade do aquecimento econômico, há sinais de que o ritmo deve perder força ao longo do ano. O estudo projeta uma desaceleração mais intensa no segundo semestre, pressionada por incertezas no cenário internacional e pela tendência de alta na taxa de juros real, o que pode impactar o consumo das famílias e os investimentos produtivos. Ainda assim, a expectativa é de que o Ceará cresça 2,5% em 2025, superando a média nacional projetada de 2,0%.

Para David Guimarães, especialista em Inteligência Competitiva do Observatório e um dos responsáveis pelo levantamento, há um sentimento de resiliência no setor produtivo local. “Mesmo com os desafios impostos pelo cenário externo, o industrial cearense segue confiante e atento às oportunidades. O desempenho de 2024 mostra que há musculatura para sustentar um ciclo de crescimento mais consistente”, afirma.

A pesquisa Cenários Econômicos tem como objetivo principal oferecer uma leitura qualificada sobre o presente e o futuro da economia cearense. Com base em variáveis como PIB, inflação, câmbio, juros e emprego, o estudo orienta decisões estratégicas do setor produtivo e subsidia o planejamento empresarial no Estado.