O comércio no Ceará inicia agosto com otimismo. Isto porque a Região Metropolitana de Fortaleza registrou queda nos preços em junho. Os dados do IBGE mostram que o índice oficial de inflação (IPCA), medido na região, caiu 0,4%, na comparação com o mês anterior. A pesquisa está na nova edição do Radar do Varejo, divulgado pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE).

Comércio tem mostrado retração de preços e expansão nas vendas

A pesquisa revelou ainda que no Brasil em geral, o IPCA variou 3,2% no acumulado dos 12 meses, ficando abaixo do centro da meta de inflação. Observa-se um movimento de desaceleração do ritmo de expansão dos preços. Isso significa que, em média, os preços estão subindo, mas com menos força do que antes. Esse ritmo muda de acordo com o grupo de bens e serviços analisados. O grupo com a maior variação de preços na RMF foi o de ‘Vestuário’ (12,5%), seguido de ‘Saúde e cuidados pessoais’ (10,1%). Já o de ‘Transportes’ registrou queda de 6,5%, refletindo a redução nos preços de combustíveis.

Vendas

Alguns setores de vendas registraram crescimento no Ceará. De dez atividades comerciais, seis apresentaram alta. O maior índice foi de ‘Combustíveis e lubrificantes’, com crescimento de 11,8%. Em seguida, aparecem os itens de ‘Livros, jornais, revistas e papelaria’, com alta de 10,6%. Houve avanço também para os segmentos de ‘Hipermercados e supermercados’ (9,2%) e ‘Materiais para escritório’ (7,8%). Foram observadas baixas nos índices de ‘Materiais para construção’ (-19,6%) e de ‘Outros artigos de uso pessoal e doméstico’ (-14,1%), que inclui lojas de departamento, joalherias, óticas, entre outros comércios. As vendas de veículos recuaram 10,3%.

O Radar do Varejo Cearense também traz o Indicador de Inadimplência para o mês de junho, a partir de dados exclusivos da FCDL-CE e do SPC Brasil. Houve um aumento de 10,71% no número de consumidores negativados em junho de 2023 no Ceará. A comparação é com o mesmo mês de 2022. Na comparação entre junho de 2023 e maio, houve queda d de 3,14% no número de negativados no Estado. Vale ressaltar que isso ainda não significa uma tendência clara de desaceleração da inadimplência. O Ceará registra altas taxas de crescimento do número de negativados desde o início de 2021.

A queda da renda média é um dos fatores que ajudam a explicar esse movimento. O Brasil também registrou um crescimento expressivo da inadimplência em junho (7,64%), na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Por fim, o valor médio devido por negativado chegou a R$ 3.549,00 – o que equivale a duas vezes a renda média do trabalho no Estado.

Levantamento

O Radar do Varejo Cearense é uma publicação da FCDL-CE que reúne os principais dados da economia estadual. A ideia, conforme explica o presidente Freitas Cordeiro, é reunir e analisar indicadores relevantes para que empresários do setor varejista possam balizar suas ações embasadas em fontes dignas de credibilidade.