
3º MAIOR GRUPO AUTOMOTIVO
Honda e Nissan iniciam negociações para fusão
Por Redação - Em 23/12/2024 às 8:46 AM

A fusão visaria aumentar a escala das empresas e permitir o compartilhamento de recursos para enfrentar a crescente competição das montadoras chinesas, como a BYD, e da Tesla
A Honda e a Nissan anunciaram nesta segunda-feira (23) que estão em negociações para uma possível fusão, com o objetivo de criar o terceiro maior grupo automotivo do mundo em termos de vendas de veículos. O anúncio foi feito em uma coletiva de imprensa conjunta entre os presidentes das montadoras, realizada em Tóquio.
A fusão visaria aumentar a escala das empresas e permitir o compartilhamento de recursos para enfrentar a crescente competição das montadoras chinesas, como a BYD, e da Tesla. Ambas as empresas, que já enfrentam desafios em mercados como China e Estados Unidos, buscam se fortalecer diante do avanço das montadoras de veículos elétricos. A Honda ocupa o segundo lugar no Japão em termos de vendas, enquanto a Nissan é a terceira maior montadora do país.
A combinação das duas montadoras e da Mitsubishi, que tem a Nissan como principal acionista, poderia resultar em vendas globais superiores a 8 milhões de carros. A previsão é que as negociações sejam concluídas até junho de 2025, com a criação de uma holding até agosto de 2026, momento em que as ações das empresas seriam retiradas da bolsa de valores.
As empresas estimam que, por meio da fusão, a receita combinada alcançaria 30 trilhões de ienes (aproximadamente R$ 116 bilhões), com lucro operacional superior a 3 trilhões de ienes. A Honda será responsável por nomear a maioria dos membros do conselho da nova holding.
A ideia de fusão entre Honda e Nissan surgiu após discussões sobre possíveis colaborações em eletrificação e desenvolvimento de software, iniciadas em março deste ano. As duas empresas também ampliaram a parceria com a Mitsubishi, em agosto. As dificuldades enfrentadas pelas montadoras no mercado chinês, dominado por marcas locais de veículos elétricos, contribuíram para acelerar as negociações.
Em setembro, a Nissan anunciou um plano para reduzir sua capacidade de produção global em 20%, além de cortar 9.000 empregos, após uma queda significativa nas vendas. A Honda também registrou uma queda nos lucros devido ao desempenho ruim no mercado chinês.
O ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, que fugiu para o Líbano após ser preso em 2018 por irregularidades financeiras, expressou ceticismo quanto à fusão, afirmando que as duas montadoras não são complementares. A Renault, maior acionista da Nissan, está aberta a analisar o acordo, mas examinará todas as implicações de uma possível fusão.
Após o anúncio, as ações da Honda registraram alta de 3,8%, a da Nissan subiram 1,6% e as da Mitsubishi Motors aumentaram 5,3%. O índice Nikkei, por sua vez, fechou com alta de 1,2%.
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