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Trump Gold Card segue sem respaldo legal e enfrenta ceticismo de especialistas
Por Redação - Em 30/05/2025 às 8:00 AM

O plano, apresentado em fevereiro, prometia residência acelerada e vantagens fiscais a investidores ultra ricos
Anunciado por Donald Trump como uma forma de atrair trilhões em investimentos para os Estados Unidos, o chamado “Trump Gold Card” — um visto de residência ao custo de US$ 5 milhões — segue sendo apenas uma ideia sem respaldo legal, sem detalhes claros e sem interesse concreto do mercado, segundo especialistas ouvidos pela Forbes.
O plano, apresentado em fevereiro, prometia residência acelerada e vantagens fiscais a investidores ultra ricos. Trump sugeriu que a venda de 1 milhão desses vistos poderia arrecadar US$ 5 trilhões e até eliminar a dívida pública americana. No entanto, consultores de imigração e dados de mercado apontam que o número de possíveis compradores é drasticamente inferior.
“O grupo de pessoas com patrimônio alto o suficiente para esse investimento é muito pequeno, e a maioria já é americana”, diz Nuri Katz, especialista em imigração por investimento. Estima-se que existam menos de 30 mil centimilionários no mundo — e apenas um terço deles são estrangeiros.
Hoje, os EUA já oferecem o programa EB-5, que garante residência a quem investe a partir de US$ 800 mil e cria ao menos 10 empregos. Esse modelo arrecadou cerca de US$ 4 bilhões em 2023, e segue ativo até 2027. Segundo a consultoria Henley & Partners, muitos investidores estão correndo para garantir o EB-5 antes que mudanças ocorram.
A viabilidade do Trump Gold Card depende de mudanças legislativas significativas. “Hoje não há lei, apenas marketing”, afirma Katz. O Departamento de Comércio, envolvido no plano, ainda não divulgou detalhes técnicos, nem conseguiu colocar no ar o site oficial prometido. Tentativas de registrar interesse no endereço trumpcard.gov falharam.
Enquanto Trump e aliados seguem promovendo a ideia em eventos e redes sociais, especialistas alertam para os entraves legais. Alterar leis de imigração e tributos exigiria amplo apoio do Congresso, algo improvável no curto prazo.
“O mercado é cético. Sem legislação aprovada, esse projeto não passa de especulação”, conclui Katz.
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