Presidente adotou tom ameno e afirmou que é bom quando se há divergência Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou nesta sexta-feira (4) seu compromisso com o diálogo político, elogiando o Congresso Nacional e mantendo aberta a possibilidade de disputar a reeleição em 2026. Em discurso durante evento da Petrobras no Rio de Janeiro, ele minimizou o recente conflito envolvendo o reajuste do IOF, ressaltando que divergências entre os Poderes são “normais” e solucionáveis por meio da negociação.

Lula destacou a “relação de gratidão” com o Legislativo, lembrando que cerca de 99% (ou 90%, segundo outras fontes) dos projetos enviados pelo Executivo foram aprovados, um índice recorde segundo ele. A respeito da tentativa do governo de alterar as alíquotas do IOF por meio de decreto, derrubado pelo Congresso e suspenso pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o presidente afirmou: “quando tem divergência, é bom. A gente senta à mesa, vai conversar e resolve”.

O ministro Alexandre de Moraes suspendeu os decretos do Executivo e também o decreto legislativo que anulava os atos do governo, classificando o embate como “indesejável” e marcando uma audiência de conciliação para 15 de julho. A Advocacia-Geral da União (AGU) contestou a decisão, pedindo ao STF que avalie a constitucionalidade do decreto, o que, segundo parlamentares, poderia agravar as tensões.

Em tom conciliador, Lula deixou claro que não deseja um ambiente tenso. “Não quero nervosismo”, declarou, sugerindo que dirigentes dos três Poderes devem agir com moderação. A ministra Gleisi Hoffmann reforçou a disposição do governo em conversar com Congresso e STF.