Ministro do STF abriu o relatório do primeiro dia de julgamento. Foto: Antonio Augusto/STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, relator da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe de Estado, afirmou nesta terça-feira (2), primeiro dia de julgamento, que todos os réus serão julgados de forma imparcial, sem que o tribunal ceda a pressões internas ou externas.

Ao iniciar a leitura do relatório do caso, Moraes destacou que os acusados tiveram direito ao devido processo legal e que serão condenados se houver provas, mas absolvidos diante de “qualquer dúvida razoável”.

“Assim se faz Justiça”, garantiu.

Sem citar nomes, o ministro criticou “condutas dolosas e conscientes” que, de forma “covarde e traiçoeira”, tentam submeter o Judiciário brasileiro “ao crivo de Estado estrangeiro”. A fala ocorre após o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) defender sanções dos Estados Unidos contra ministros do STF.

Alexandre de Moraes também reagiu às medidas econômicas do presidente norte-americano Donald Trump, que desde julho impôs tarifas de 50% a produtos brasileiros, revogou vistos de ministros e enquadrou o relator na Lei Magnitsky. Segundo aliados de Bolsonaro, eventual condenação pode trazer novas sanções. 

O julgamento envolve Jair Bolsonaro e outros sete ex-auxiliares, acusados de organização criminosa armada, golpe de Estado e mais três crimes. As penas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

A sessão é transmitida, ao vivo, por veículos de comunicação públicos, como o canal oficial do STF no YouTube, e privados.