POSSE DO SINDIENERGIA

Luís Carlos Queiroz destaca energia como vetor de desenvolvimento para o Ceará

Por Marcelo Cabral - Em 11/02/2025 às 9:35 AM

Capa Luis Carlos Queiroz

Luis Carlos Queiroz

Em uma solenidade prestigiada que lotou o Auditório Waldyr Diogo, na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), o empresário Luís Carlos Queiroz foi empossado para mais um mandato à frente do Sindienergia-CE para o quadriênio 2024-2028. O evento reuniu lideranças políticas, industriais e da academia, consolidando a importância da energia – em especial a renovável -, como um dos principais vetores do desenvolvimento econômico do Estado.

Em seu discurso, Queiroz ressaltou os desafios e as oportunidades que se apresentam ao Ceará, especialmente no contexto global de transição energética. “Nosso sindicato está plenamente preparado para contribuir com esse novo cenário, impulsionando a adoção de fontes energéticas sustentáveis. Temos recursos naturais abundantes e um ambiente favorável, resultado do trabalho visionário do presidente Ricardo Cavalcante, que soube articular a integração entre o governo estadual, a academia e o setor produtivo”, afirma.

O empresário destacou que a energia é um segmento transversal, conectando diversas áreas da economia. Entre 2012 e 2024, o Estado atraiu R$ 5,5 bilhões em investimentos no setor, com mais de 1,1 gigawatt (GW) em operação em indústrias, comércios, propriedades rurais, instituições de ensino, hospitais e residências. No campo do Hidrogênio Verde (H²V), o Ceará desponta como líder nacional, concentrando mais da metade dos investimentos no setor, que devem superar os R$ 110 bilhões e têm potencial para gerar mais de 80 mil empregos.

Horizonte de crescimento

A perspectiva de expansão para os próximos 40 anos é promissora. O Ceará, com sua combinação privilegiada de sol e ventos constantes, está bem posicionado para se consolidar como fornecedor global de energia limpa e competitiva. “A comercialização do Hidrogênio Verde para a Europa e outros mercados que demandam soluções sustentáveis será um diferencial estratégico“, reforça Queiroz.

Em sua fala, o líder empresarial também fez uma análise do cenário global, destacando que enquanto alguns países hesitam na transição energética, o Ceará tem a oportunidade de se tornar um polo de referência. “Observamos que certas nações ainda resistem à mudança, mas isso abre espaço para que novos mercados busquem parceiros confiáveis. Com a infraestrutura adequada e o apoio do governo estadual, não há dúvidas de que estamos no caminho certo”, destaca.

A infraestrutura portuária do Estado também foi mencionada como um ativo estratégico. O Porto do Pecém, aliado à geração de energia renovável a custos competitivos, coloca o Ceará em posição vantajosa para exportação. Ademais, a recente instalação de grandes data centers na região abre novas frentes de negócio, dado o elevado consumo energético dessas estruturas, especialmente com o avanço da Inteligência Artificial (IA).

“No ano passado, visitei a Inglaterra e, enquanto temos 14 data centers no Ceará, Londres possui 240. Isso ilustra o potencial de crescimento desse setor. A IA demanda volumes massivos de energia, e nosso Estado tem condições ideais para atrair esse tipo de investimento. Se conseguirmos superar desafios como infraestrutura e regulação, testemunharemos uma transformação sem precedentes na economia cearense”, completa Luís Carlos Queiroz.

Ricardo Cavalcante

Ricardo Cavalcante

Transição global

O presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, corroborou a visão de crescimento do setor, enfatizando a transição global para fontes renováveis. “A Ásia consome 51% da energia mundial, enquanto os Estados Unidos demandam 19% e a Europa, 13,8%. O mundo caminha para reduzir a dependência de combustíveis fósseis, e o Brasil, especialmente o Nordeste e o Ceará, têm papel crucial nesse processo“, observa.

Cavalcante também ressalta o impacto da revolução digital no setor energético. “Segundo o MIT, atualmente 2% da energia global é consumida por aplicações de IA. Até 2030, essa parcela saltará para 21%. As dez maiores empresas do mundo estão inseridas nesse contexto e necessitam de fontes confiáveis de energia. Temos os recursos, mas precisamos estar preparados para atender a essa demanda crescente”, adverte.

E que a maioria dos países está buscando descarbonizar o planeta e, por isso, buscando reduzir o consumo de fontes fósseis, como o petróleo. “A China não está comprando, pois implementou em 2023 um total de 215 GW de placas solares. O Brasil consome, hoje, 245 GW, só para se ter ideia da capacidade. Lá, os carros, ônibus, trens são elétricos e essa mudança está acontecendo rapidamente. Nessa geopolítica precisamos entender o que representa o Hidrogênio Verde no Ceará com os data centers, a capacidade de produção de energia que temos e para quem vamos vender”, explica.

O Sistema FIEC tem desempenhado papel fundamental na qualificação de mão de obra, um fator essencial para sustentar essa expansão. Em 2024, foram capacitadas 83 mil pessoas, sendo sete mil apenas na área de energia. Para este ano, a meta é superar 120 mil profissionais treinados pelo Senai. “A energia será o vetor de mudança para o Nordeste e para o Ceará. Contamos com uma indústria diversificada e robusta, que cresceu 11% em 2024, enquanto a média nacional foi de 3,5%. Esse avanço só é possível graças à determinação da classe industrial e ao compromisso com o futuro sustentável”, finaliza Ricardo Cavalcante.

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